O Dia das Crianças é celebrado em diferentes datas ao redor do mundo, mas o Brasil é o único país que comemora essa efeméride em 12 de outubro. A origem da data está ligada a um contexto histórico de valorização da infância e à busca por políticas públicas voltadas à proteção dos pequenos.

A ideia surgiu durante o 3º Congresso Sul-Americano da Criança, realizado no Rio de Janeiro em 1923. O evento discutiu temas como educação, saúde e desenvolvimento infantil, e inspirou a criação de uma data oficial para celebrar as crianças no país. No ano seguinte, o então presidente Arthur Bernardes sancionou o decreto que instituiu a Festa da Criança, marcada para 12 de outubro de 1925.

A escolha do dia 12 de outubro teve como referência o Descobrimento da América, celebrado na mesma data. A proposta era associar a imagem da infância à chegada de Cristóvão Colombo ao Novo Mundo, incentivando os países americanos a adotarem a mesma data. No entanto, apenas o Brasil manteve essa tradição.

Na década de 1920, o cenário infantil brasileiro era marcado por vulnerabilidades. Muitas crianças não frequentavam a escola, trabalhavam desde cedo e, em casos de infrações, eram encarceradas. A criação da data visava chamar atenção para a necessidade de proteção e inclusão social.

Apesar da intenção inicial ser assistencialista, o Dia das Crianças ganhou força comercial a partir de 1960, quando uma campanha publicitária chamada Semana do Bebê Robusto, promovida por empresas de brinquedos e cosméticos, ajudou a consolidar o 12 de outubro como data de celebração nacional. A coincidência com o feriado religioso de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, também contribuiu para a popularização da data.

Enquanto outros países celebram o Dia das Crianças em datas variadas, como 1º de junho, 20 de novembro (Dia Mundial da Criança, definido pela ONU), ou 30 de abril no México, o Brasil mantém sua tradição única, que mistura história, fé, comércio e, acima de tudo, o compromisso com a infância.