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Em Penedo, pais de crianças autistas lutam para manter tratamento gratuito dos filhos
O repasse mensal está muito abaixo do necessário para cobrir os custos da equipe multiprofissional que atende 70 crianças

Famílias do município de Penedo vivem um momento de apreensão diante do risco de interrupção no tratamento especializado de crianças e adolescentes com autismo e outras deficiências. Os atendimentos são realizados de forma gratuita pela Associação dos Amigos e Pais de Pessoas Especiais (AAPPE), que há 18 anos é pioneira na oferta de reabilitação na cidade e referência em toda a região do Baixo São Francisco.
Apesar do reconhecimento do serviço como uma política pública garantida pela legislação brasileira, de acordo com a diretoria da Instituição, o repasse mensal no valor de R$ 17 mil, está muito abaixo do necessário para cobrir os custos da equipe multiprofissional que atende 70 crianças. O valor está defasado em relação ao custo real do tratamento especializado, previsto pelo próprio Ministério da Saúde. Para manter o serviço funcionando, seriam necessários pelo menos R$ 28 mil mensais a mais.
Maria Augusta Batista, mãe de uma criança atendida na AAPPE Penedo, relata que será um retrocesso sem precedentes a interrupção das terapias. "Meu filho não falava quando chegou aqui. Hoje ele se desenvolveu muito. Não sei o que seria da gente sem esse apoio”, afirmou.
Já Thamires Oliveira, mãe da pequena Maria Pérola, com síndrome rara e TDAH, reforça o apelo. "Não temos como pagar por tratamento particular. Esse atendimento faz toda a diferença na vida dos nossos filhos”, revelou.
A instituição vem, há mais de três anos, completando o orçamento com recursos próprios, mas alerta que essa situação se tornou inviável. "Precisamos do apoio da sociedade, empresas, Prefeitura, Governo de Alagoas e outras autoridades. Não podemos deixar essas crianças sem atendimento", afirma a coordenadora da AAPPE, Leilane Torres.
