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Em Penedo, pais de crianças autistas lutam para manter tratamento gratuito dos filhos

O repasse mensal está muito abaixo do necessário para cobrir os custos da equipe multiprofissional que atende 70 crianças

Por Assessoria 11/07/2025 13h01
Em Penedo, pais de crianças autistas lutam para manter tratamento gratuito dos filhos
Mãe de criança autista relata que será um retrocesso sem precedentes a interrupção das terapias - Foto: Divulgação

Famílias do município de Penedo vivem um momento de apreensão diante do risco de interrupção no tratamento especializado de crianças e adolescentes com autismo e outras deficiências. Os atendimentos são realizados de forma gratuita pela Associação dos Amigos e Pais de Pessoas Especiais (AAPPE), que há 18 anos é pioneira na oferta de reabilitação na cidade e referência em toda a região do Baixo São Francisco.

Apesar do reconhecimento do serviço como uma política pública garantida pela legislação brasileira, de acordo com a diretoria da Instituição, o repasse mensal no valor de R$ 17 mil, está muito abaixo do necessário para cobrir os custos da equipe multiprofissional que atende 70 crianças. O valor está defasado em relação ao custo real do tratamento especializado, previsto pelo próprio Ministério da Saúde. Para manter o serviço funcionando, seriam necessários pelo menos R$ 28 mil mensais a mais.

Maria Augusta Batista, mãe de uma criança atendida na AAPPE Penedo, relata que será um retrocesso sem precedentes a interrupção das terapias. "Meu filho não falava quando chegou aqui. Hoje ele se desenvolveu muito. Não sei o que seria da gente sem esse apoio”, afirmou.

Já Thamires Oliveira, mãe da pequena Maria Pérola, com síndrome rara e TDAH, reforça o apelo. "Não temos como pagar por tratamento particular. Esse atendimento faz toda a diferença na vida dos nossos filhos”, revelou.

A instituição vem, há mais de três anos, completando o orçamento com recursos próprios, mas alerta que essa situação se tornou inviável. "Precisamos do apoio da sociedade, empresas, Prefeitura, Governo de Alagoas e outras autoridades. Não podemos deixar essas crianças sem atendimento", afirma a coordenadora da AAPPE, Leilane Torres.