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Indígenas se unem em defesa do São Francisco

Por da Redação com assessoria com da Redação com assessoria 04/06/2014 16h04
Indígenas se unem em defesa do São Francisco
Índios Tingui Botó foram às ruas de Penedo defender o Velho Chico - Foto: Ascom Codevasf

Um peixamento realizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), nesta terça-feira (3), marcou as atividades do Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco em Alagoas. A ação fez parte do lançamento da Campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico” promovida pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).

Segundo o chefe da Unidade Regional de Meio Ambiente da Codevasf em Alagoas, o engenheiro agrônomo Pedro Melo, o peixamento faz parte do conjunto de ações de revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco. “Além do repovoamento no rio, que aumenta a quantidade de peixes, a Codevasf também investe na execução de ações para revitalização da bacia hidrográfica, a exemplo do saneamento ambiental, com implantação de sistemas de esgotamento sanitário em municípios da bacia; sistemas de abastecimento de água potável para cidades ribeirinhas, recuperação de áreas degradadas, entre outras ações de grande importância para a revitalização do Velho Chico”, pontuou Pedro Melo.

No Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco, comemorado nesta terça em Penedo (AL), diversos segmentos da populaçãoe lideranças dos povos indígenas, de pescadores tradicionais, de agricultores, de estudantes participaram de atos em defesa do rio.

Uma caminhada pelas ruas da cidade ribeirinha até o cais do porto de Penedo foi realizada por índios da tribo Tingui Boto, que realizaram o ritual do Toré e, em seguida, de forma simbólica, devolveram as águas do rio São Francisco que carregavam em potes de barro.

Um dos líderes da tribo Tingui Boto, Ricardo de Campos, relatou alguns problemas enfrentados por comunidades tradicionais, como os povos indígenas, no Baixo São Francisco. “Os povos indígenas em Alagoas e Sergipe são principalmente afetados pela diminuição da vazão no rio. Como o nível do rio tem estado muito baixo, isso tem dificultando a pesca e a navegação. Algumas de nossas etnias trafegam de barco e isso tem sido prejudicado. Já no Submédio São Francisco, o represamento das águas do São Francisco faz com que o rio aumente seu nível de água, assim inundando as terras de comunidades tradicionais de lá, como, por exemplo, do povo Tuxá em Reodelas (BA)”, relatou Kayaboro.

O secretário-executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira, falou sobre as atividades do Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco em Alagoas e do apoio da Codevasf às mobilizações.

“Esse é um dia em que todos os povos da bacia levantaram sua voz para defender o Velho Chico. Nós estamos aqui para dizer sim ao Velho Chico. Contamos com o exemplar apoio da Codevasf em todas as suas superintendências regionais na Bacia do rio São Francisco, em Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia; contamos com a Codevasf para devolver o peixe ao rio. Este é um dia histórico para o Brasil”, destacou.