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Condenado por estupro, influenciador Kel Ferreti se apresenta à polícia e volta ao regime fechado
Justiça decretou nova prisão após descumprimento reiterado de medidas cautelares
O influenciador digital Kel Ferreti, nome artístico de Kleverton Pinheiro de Oliveira, se apresentou à polícia e foi preso neste domingo (21), em Maceió, após determinação judicial. A decisão marca o retorno do réu ao regime fechado, em razão do descumprimento reiterado das medidas cautelares impostas quando ele foi autorizado a recorrer da condenação em liberdade.
A Polícia Civil de Alagoas confirmou o cumprimento do mandado de prisão expedido pelo desembargador João Lessa, da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL). A ação foi realizada pela Seção de Capturas da DRACCO, após o próprio influenciador se apresentar às autoridades.
Kel Ferreti havia sido preso em dezembro de 2024 durante uma operação contra jogos online e, em abril deste ano, foi condenado a 10 anos de prisão pelo crime de estupro. Em agosto, a pena foi reduzida para sete anos, com progressão para o regime semiaberto. A nova ordem de prisão foi fundamentada na avaliação de que o réu não vinha cumprindo as condições impostas pela Justiça.
O abuso sexual ocorreu em uma pousada no bairro de Cruz das Almas, em Maceió. No processo, o relato da vítima aponta que ela sofreu agressões físicas, incluindo socos, tapas e estrangulamento, além de ter sido impedida de deixar o local.
Segundo o Ministério Público, entre as medidas cautelares descumpridas estavam o uso de tornozeleira eletrônica com raio de circulação zero, a proibição de sair da comarca sem autorização judicial e a obrigação de manter endereço atualizado nos autos.
O órgão também destacou indícios de deslocamentos incompatíveis com o monitoramento eletrônico, reforçados por publicações em redes sociais. Além disso, a vítima acionou o botão do pânico em ao menos três ocasiões, relatando situações de risco e reforçando o temor de novos episódios de violência.
Outro fator considerado determinante foi a constatação de que Kel Ferreti não residia mais no endereço informado oficialmente à Justiça, sem qualquer comunicação prévia. Para o Ministério Público, a conduta representou tentativa de dificultar a fiscalização e o cumprimento das decisões judiciais.
Defesa contesta legalidade da prisão
Em nota, a defesa do influenciador classificou a prisão como “manifestamente ilegal” e “processualmente nula”, alegando violação ao princípio da colegialidade, já que a Câmara Criminal havia analisado embargos da defesa dias antes. Os advogados também afirmam que não há provas concretas de descumprimento deliberado das cautelares e atribuem eventuais falhas ao equipamento de monitoramento eletrônico.
Apesar dos argumentos, a Justiça entendeu que as violações foram suficientes para justificar a decretação da prisão preventiva. Kel Ferreti permanece detido enquanto o caso segue sob análise do Judiciário.


