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Estudante atropelado a caminho de entrevista de emprego recebe alta em Maceió

Jovem foi vítima de politraumatismo e precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Por Agência Alagoas 15/12/2025 16h04
Estudante atropelado a caminho de entrevista de emprego recebe alta em Maceió
Em casa, Ryan recebe o carinho de sua família e segue com todas as recomendações para a sua reabilitação - Foto: Thallysson Alves / Ascom HGE e Divulgação

Thallysson Alves / Ascom HGE

O estudante Ryan Henrique Costa de Castro, de 18 anos, é mais um alagoano cuja vida foi salva pelo Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. No dia 24 de outubro, enquanto pedalava pela Avenida Comendador Leão, no bairro Poço, a caminho de uma entrevista de emprego no Farol, Ryan foi atropelado e sofreu graves ferimentos.

O jovem foi vítima de politraumatismo, precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, após dias de cuidados intensivos, já está em casa, recebendo o carinho da família.

Tatiane Nunes Costa, mãe do estudante, relembra o impacto do acidente. "No dia, ele já havia ido ao Centro de Maceió de bicicleta, animado com a possibilidade de conquistar uma vaga de trabalho e ajudar na renda familiar", conta. A notícia do atropelamento foi um choque para os familiares, agravado, segundo eles, pela falta de empatia do motorista envolvido.

"Quando a assistente social do HGE me ligou, cheguei a pensar que era um trote, mas, ao ouvir que buscava os familiares do meu filho, meu coração disparou. Ela não detalhou a gravidade, apenas pediu para eu ir ao hospital e disse que tudo ficaria bem. Fiquei muito preocupada e, ao ver o estado do Ryan na Área Vermelha, fiquei desnorteada", relata Tatiane, que mora em Alagoas há dez anos.

Ryan sofreu traumatismo cranioencefálico, fratura no tornozelo direito e múltiplas escoriações. Ele precisou ser entubado e receber cuidados intensivos. Na UTI, uma equipe multidisciplinar atuou para restabelecer sua saúde e evitar sequelas permanentes. Foi nesse ambiente que o jovem acordou, sem lembrar do acidente, e começou sua recuperação.

"Eu não lembro de nada. Quando acordei e vi meu estado, fiquei desesperado. Mas fui acolhido, acalmado e orientado pela equipe, o que me ajudou a superar cada etapa. Depois, na Enfermaria, outros profissionais também foram fundamentais. Se hoje estou em casa, é porque encontrei o socorro e o tratamento de que precisava", afirma Ryan, ainda com dificuldades para falar devido à traqueostomia realizada durante a internação.

Dados

Em 2024, o HGE, maior unidade de urgência e emergência da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), já registrou 5.525 ocorrências de trânsito, incluindo colisões (2.524), acidentes de moto (2.113), atropelamentos (458), acidentes de bicicleta (278) e capotamentos (152).

De janeiro a novembro deste ano, foram 5.311 casos: 2.389 colisões, 2.147 acidentes de moto, 374 atropelamentos, 277 acidentes de bicicleta e 124 capotamentos. No mesmo período de 2023, foram 5.045 registros, com 2.303 colisões, 1.933 acidentes de moto, 425 atropelamentos, 248 acidentes de bicicleta e 136 capotamentos.

O pai de Ryan, Daniel da Cunha Cabral, de 45 anos, destaca a importância da solidariedade. "Se há uma lição nesse susto, é valorizar mais as pessoas do que os bens materiais. Às vezes, situações difíceis nos ensinam, e inteligente é quem valoriza a vida. Não sentimos preocupação do motorista que atingiu nosso filho, mas agradecemos a Deus pelas pessoas que foram verdadeiros anjos da guarda", afirma.

Em casa, Ryan segue em repouso e, em breve, iniciará fisioterapia, terapia ocupacional e sessões com psicólogo. Ele enfrenta dificuldades para movimentar a mão direita e teve a visão prejudicada pelo acidente, mas não desistiu do sonho de ser jogador de futebol. "Vou ter paciência para superar cada etapa até poder voltar aos gramados", diz.

"Em questão de segundos, meu sonho de ser jogador poderia ter sido interrompido por um desconhecido. Por isso, é fundamental que todos no trânsito ajam com atenção, prudência e menos pressa. Desta vez, fui o mais prejudicado, mas o risco é para todos – pedestres, motoristas e passageiros. Vamos ter mais amor ao próximo, respeitar as vidas e agir com solidariedade e respeito à história de cada um", conclui Ryan, conhecido como "jogador caro" entre os amigos e torcedor do Corinthians.