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Papagaios-do-mangue e jabutis chegam a Alagoas para reforçar programa de refaunação e replantio de florestas

Animais foram levados para recintos de aclimatação na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em Coruripe

Por Redação 12/12/2025 14h02 - Atualizado em 12/12/2025 14h02
Papagaios-do-mangue e jabutis chegam a Alagoas para reforçar programa de refaunação e replantio de florestas
Papagaios-do-mangue e jabutis chegam a Alagoas para reforçar programa de refaunação e replantio de florestas - Foto: Ascom MPAL

Oito papagaios-do-mangue e 95 jabutis foram transferidos nesta semana para recintos de aclimatação na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em Coruripe, região Sul de Alagoas. A ação integra o Programa de Refaunação, coordenado pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL) em parceria com o Projeto Arca, a Usina Coruripe e diversas instituições públicas e privadas.

O objetivo é preservar espécies ameaçadas e reintroduzir animais que já desapareceram das matas alagoanas, mas que um dia foram comuns na região. Os papagaios-do-mangue, oriundos de apreensões contra o tráfico de animais e de devoluções voluntárias, permanecerão cerca de quatro meses em viveiros sob vigilância diária.

Segundo o pesquisador Luís Fábio Silveira, do Museu de Zoologia da USP, todos os animais passaram por exames laboratoriais e comportamentais: “O objetivo é restabelecer a população desses papagaios, extinta na década de 1980. Para isso, haverá outras solturas, é preciso trazer mais indivíduos para que a população se estabeleça em vida livre.”

Além de recuperar espécies, os animais têm papel essencial no replantio natural das florestas, já que atuam como dispersores de sementes.

O promotor Alberto Fonseca, da 4ª Promotoria de Justiça da Capital, destacou que o programa já é considerado um sucesso: “Depois do papagaio chauá, agora temos os do mangue, os jabutis e, em breve, traremos o mutum-de-alagoas para enriquecer nossas reservas e áreas de conservação.”

A promotora Lavínia Fragoso, da 5ª Promotoria de Justiça da Capital, ressaltou que o MPAL tem pautado sua atuação para a conservação da fauna e da flora, citando o projeto Pró-Reservas, que fomenta a criação de unidades de conservação privadas com apoio público e fiscalização.

O procurador Roberto Carlos Batista, do MPDFT, também acompanhou a visita e afirmou que a experiência de Alagoas pode servir de modelo para outros estados: “As RPPNs são uma solução para reintrodução de animais silvestres, que repovoam e garantem a perpetuação da floresta.”

O Plano de Ação Estadual do Papagaio-do-mangue conta com ampla rede de parceiros, incluindo universidades, órgãos ambientais, usinas e entidades da sociedade civil, reforçando a importância da cooperação para garantir a preservação da Mata Atlântica em Alagoas.