A alagoana Mariane Rodrigues, 32 anos, viveu neste domingo (23) um momento que definiu sua passagem pelo Vaticano. Recién integrada à redação brasileira do Vatican News, em Roma, ela foi escolhida para fazer uma das orações dos fiéis durante a Missa de Cristo Rei, celebrada pelo Papa Leão XIV diante de milhares de pessoas na Praça São Pedro.

A cerimônia coincidiu com o Jubileu dos Coros e Corais, que atraiu mais de 35 mil participantes de diversos países, além de peregrinos que encheram o local. Coube a Mariane ler, em português, a prece dedicada a crianças e jovens que vivem em zonas de guerra, pedindo que reencontrem um futuro com “confiante esperança” e depositem confiança em Cristo, “Rei da Paz”. “A Praça estava lotada. A oração foi muito profunda e atual”, descreveu ela.

Segundo Mariane, a escolha dos leitores segue o caráter global das celebrações papais, que costumam contemplar diversos idiomas — o português entre eles. Ela estava na redação quando recebeu o convite inesperado de um colega: “Ele disse: ‘Não se sinta pressionada, mas precisamos de alguém para ler a oração dos fiéis em português’”.

Embora sua primeira reação tenha sido recusar — “Sou mais do texto do que do público” —, a percepção de que se tratava de uma chance única a fez aceitar. Na véspera, ela participou de um ensaio dentro da Basílica de São Pedro, que visitava pela primeira vez. Já no domingo, ficou a poucos metros do Papa, ao lado da equipe litúrgica. O padre responsável ainda lhe deu um conselho decisivo para controlar o nervosismo: “Não olhe para o público”.

No instante da leitura, porém, a tranquilidade prevaleceu. “Pedi a Deus tranquilidade e, na hora, uma calma tomou conta de mim. Só olhei para o público depois que terminei”, lembra.

Em suas redes, a jornalista resumiu o impacto do momento: “Hoje me aconteceu algo que eu jamais imaginei ser possível! Li uma das orações dos fiéis na Santa Missa celebrada pelo Papa Leão XIV. Jamais esquecerei de hoje”.
E completou: “Na minha vida, eu não poderia imaginar que teria essa experiência, mesmo indo estagiar por dois meses no Vaticano. Me lembrei de quando eu lia na igreja em Jequiá.”