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Botão de pânico de vítima de Kel Ferreti é acionado três vezes após saída do influenciador da prisão

Condenado por estupro e alvo de investigações por golpes financeiros, ex-PM segue em liberdade enquanto vítima relata medo constante

Por Redação* 06/10/2025 11h11
Botão de pânico de vítima de Kel Ferreti é acionado três vezes após saída do influenciador da prisão
Kel Ferreti - Foto: Reprodução / Instagram

Desde que o influenciador alagoano Kel Ferreti deixou o sistema prisional, há dois meses, a vítima do estupro pelo qual ele foi condenado vive sob permanente tensão. Em apenas 60 dias, o botão de pânico que ela carrega foi acionado três vezes, conforme revelou o programa Fantástico, da TV Globo.

Os advogados da enfermeira afirmaram que o estado emocional dela é delicado e que ela ainda tenta se reconstruir — tanto psicologicamente quanto financeiramente. Além da agressão sexual, a mulher teria sido lesada em esquemas de apostas e rifas virtuais que, segundo o Ministério Público de Alagoas (MPAL), eram controlados por Ferreti e outros influenciadores.

Condenado em abril de 2025 pela 4ª Vara Criminal de Maceió, Kleverton Pinheiro de Oliveira, nome de batismo do influenciador, recebeu pena de dez anos de prisão e multa de R$ 50 mil por danos psicológicos à vítima. Em agosto, contudo, o Tribunal de Justiça reduziu a punição para sete anos de reclusão, permitindo que ele respondesse em regime semiaberto.

Nesse modelo, Ferreti pode circular livremente, frequentar bares, festas e redes sociais, mas não pode se aproximar da vítima. O botão de pânico, fornecido pelo Judiciário, funciona como uma medida protetiva eletrônica: toda vez que o dispositivo é acionado, a polícia é imediatamente notificada da aproximação do agressor.

“Desde que ele saiu, ela vive em alerta. Está muito mais abalada do que antes”, afirmaram os advogados Marcelo Melo e André Sampaio, em nota. “Além do trauma, ela precisa recomeçar do zero, inclusive financeiramente.”

O crime ocorreu em junho de 2024, em uma pousada no bairro de Cruz das Almas, em Maceió. O depoimento da enfermeira descreve violência física, socos, estrangulamento e choro durante o ato. Ela relatou ter tentado fugir, mas foi impedida.

Novos áudios e suspeita de fraudes milionárias


Além da condenação por estupro, Ferreti é investigado pelo MPAL na Operação Trapaça, acusado de liderar uma quadrilha de golpes financeiros on-line. O grupo teria movimentado milhões de reais em apostas e rifas ilegais, utilizando “laranjas” para ocultar patrimônio.

O Fantástico exibiu áudios inéditos em que Ferreti admite manipular sorteios e esconder prêmios para enganar apostadores.

“Esse bilhete vale R$ 10 mil, mas a gente reserva ele. O povo compra enlouquecido e a gente não dá o prêmio”, diz em uma das gravações.

Em outro trecho, o ex-policial reconhece a ilegalidade das rifas, mas explica como burlava a lei:

“Rifa é ilegal, por isso eu falo ‘ação’. [...] Eu ganho na perda dos outros, no cadastro, e na galera que boto dentro.”

A investigação revelou ainda dez veículos de luxo registrados em nome de terceiros, mas exibidos nas redes sociais como se fossem dele. O MP pediu o bloqueio de R$ 21 milhões em contas ligadas ao grupo.

A defesa de Ferreti afirma que ele não é dono das plataformas de apostas, apenas divulgador, e sustenta que ele é inocente da acusação de estupro.

Com agências.