A ambientalista suíça Anita Studer morreu na madrugada desta segunda-feira (15) aos 81 anos. Ela foi responsável por criar a Reserva Biológica de Pedra Talhada, um dos maiores símbolos de proteção da biodiversidade no Brasil localizado em Quebrangulo, município alagoano.

A informação foi divulgada por meio de nota da Associação Nordesta, fundada por Anita em Genebra em 15 de maio de 1985. Segundo a associação, a ambientalista estava internada devido à idade e à saúde frágil.

"O Brasil se despede de uma das maiores protetoras do Meio Ambiente. Anita foi muito mais que a fundadora de uma associação: ela foi mãe para todos, sempre acolhendo cada pessoa debaixo de suas asas. Sua vida teve um só propósito: defender a natureza e lutar pelo que é justo. A partir do exemplo dela, a história continuará sendo feita", escreveu a entidade.

Ainda segundo a associação, Anita dedicou toda a sua vida à defesa da Mata Atlântica, ao reflorestamento, à educação ambiental e ao apoio às comunidades rurais do Brasil. 

"Por meio da Nordesta, por exemplo, já foram plantadas mais de dois milhões de árvores nativas nas bacias dos rios Mundaú e Paraíba, o que auxilia na recomposição das matas ciliares da região", disse.

Anita nasceu em 26 de fevereiro de 1944. Aos cerca de 20 anos, a ornitóloga ainda era estudante de pós-graduação quando viajou ao Brasil pela primeira vez, para pesquisar o canto de pássaros na Serra da Canastra, em Minas Gerais.

A viagem seguiu à região de Pedra Talhada, onde ela despertou a vontade de preservar a mata atlântica nas proximidades de Quebrangulo, Alagoas. Teve de convencer a população local, fazer reuniões em Brasília, e foi graças à sua coragem e determinação que, em 1989, nasceu a Reserva Biológica de Pedra Talhada. De 300 pássaros à época, hoje são mais de 3 mil, com rica diversidade botânica e biológica da floresta.