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Substâncias tóxicas são encontradas no Rio Tatuamunha após morte de peixes-boi
Laudo da Ufal aponta presença de herbicidas em concentrações elevadas; ICMBio investiga outras causas

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) confirmou a presença de duas substâncias tóxicas na água do Rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, Litoral Norte de Alagoas. O resultado do laudo foi divulgado após a morte dos peixes-boi Netuno e Paty, além do adoecimento de um terceiro animal, chamado Assú.
Os compostos identificados são herbicidas amplamente utilizados na agricultura e foram encontrados em concentrações elevadas. Apesar disso, os pesquisadores apontam que, isoladamente, essas substâncias não seriam suficientes para causar a morte dos animais. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que acompanha o caso, trabalha com a hipótese de múltiplos fatores ambientais e patológicos.
A análise da água envolveu cerca de 110 parâmetros, incluindo aspectos físico-químicos, microbiológicos, presença de microalgas tóxicas, contaminantes emergentes e agroquímicos. Os exames de sangue dos animais mortos revelaram alterações preocupantes, como níveis baixos de plaquetas e leucócitos, indicando possível comprometimento imunológico.
O peixe-boi Assú, que também apresentou sinais de intoxicação, foi transferido para um centro de reabilitação em Itamaracá, Pernambuco, onde permanece sob monitoramento veterinário. Como medida preventiva, o recinto de aclimatação em Porto de Pedras foi temporariamente desativado.
O caso segue sob investigação conjunta da Ufal, ICMBio e outros órgãos ambientais.
