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Psicóloga alerta sobre sinais de relacionamentos abusivos e seus impactos na saúde mental

Agosto lilás intensifica o alerta contra violência doméstica em todo o país

Por Assessoria 25/08/2025 15h03
Psicóloga alerta sobre sinais de relacionamentos abusivos e seus impactos na saúde mental
Foto: Adobe Stock

Neste mês, a campanha Agosto Lilás marca a conscientização e a mobilização sobre a violência contra mulheres, ato este que pode ser físico, verbal, moral, patrimonial ou psicológico. Muitos relacionamentos abusivos passam despercebidos, principalmente porque os sinais nem sempre são evidentes. É o que explica a psicóloga Irenilza Moura, da Hapvida Maceió. Segundo ela, os indícios podem ser separados em aspectos emocionais, psicológicos e comportamentais.

“O controle disfarçado de cuidado é um dos principais sinais. Quando o parceiro diz ‘não quero que você use essa roupa’ ou ‘prefiro que não fale com determinadas pessoas’, tudo supostamente para o bem do outro, na verdade pode estar limitando sua liberdade”, alerta a profissional. Segundo Irenilza esse tipo de atitude muitas vezes desencoraja a vítima a sair com amigos ou visitar familiares, isolando-a do convívio social.

Outro aspecto comum é a manipulação emocional. “Frases como ‘isso é coisa da sua cabeça, você está exagerando’ minam a expressão dos sentimentos da vítima. Além disso, existe a culpa invertida, quando a pessoa agressora coloca a responsabilidade pelo próprio comportamento no parceiro. É o famoso joguinho de dizer ‘eu agi assim porque você fez isso’”, exemplifica Irenilza.

Os efeitos em longo prazo podem ser devastadores para a saúde mental. De acordo com a psicóloga, relacionamentos marcados por medo corroem a autoestima e a segurança emocional. “A pessoa começa a se achar feia, desvalorizada, acredita que não é importante. Isso fragiliza a capacidade de se posicionar e de estabelecer limites. Um relacionamento deve trazer alegria e crescimento mútuo, mas, no abusivo, a vítima vive em constante estado de alerta”, explica. Essa situação, segundo ela, pode levar ao desenvolvimento de ansiedade e depressão.

A dificuldade em reconhecer o abuso também é um ponto crítico. Muitas vítimas não percebem que estão em uma relação tóxica porque o comportamento abusivo costuma ser sutil e mascarado de amor ou proteção. “Muitas vezes a vítima acredita que esse controle é uma demonstração de carinho. Em alguns casos, sua história de vida já foi marcada por abusos ou ambientes violentos, o que a faz encarar certas atitudes como normais”, observa a psicóloga.

Para romper o ciclo, é fundamental reconhecer e aceitar que a situação é abusiva. Irenilza orienta buscar apoio profissional e suporte de pessoas próximas. “Procure um psicólogo, um profissional de saúde, grupos de apoio. No Brasil, a Central 180 oferece atendimento gratuito e confidencial com orientações e encaminhamentos. Também é importante cuidar da segurança, trocar senhas, ativar a localização compartilhada e, se necessário, acionar medidas legais, como registrar ocorrência e solicitar medidas protetivas”, recomenda. Por fim, Irenilza reforça que o enfrentamento não deve ser feito sozinho. “O abuso emocional é sério e doloroso. Com apoio e rede de proteção, a vítima pode se fortalecer e vencer esse ciclo”, conclui.

Hapvida e o Canal da Mulher - uma rede de apoio 24 horas


Em 2023, a Hapvida lançou o Canal da Mulher, uma iniciativa desenvolvida em parceria com a ONG As Justiceiras, com o objetivo de oferecer um sistema alternativo para combater e prevenir a violência de gênero. A plataforma, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, conta com uma força-tarefa voluntária composta por mulheres que oferecem orientação jurídica, psicológica, socioassistencial, médica e uma rede de apoio e acolhimento.

Utilizando a tecnologia, o canal permite que a própria vítima denuncie uma violência sofrida ou que uma pessoa denuncie casos de violência contra terceiros. Além disso, a Hapvida também disponibiliza uma cartilha educativa sobre o tema, que pode ser acessada para informações e orientações.

Para acessar o Canal da Mulher ou serviços relacionados à saúde da mulher na Hapvida, é necessário utilizar a Área do Beneficiário no site ou aplicativo Hapvida.