Geral

"Má gestão": Semed e Jó Pereira são criticadas por educadores e diretores da rede pública

Secretária assumiu em maio de 2023 e vem acumulando críticas quanto à participação dos profissionais da educação da cidade nas decisões da pasta; servidores e estudantes não mostram satisfação com a atual administração

Por Raphael Medeiros 28/12/2023 16h04 - Atualizado em 28/12/2023 16h04
'Má gestão':  Semed e Jó Pereira são criticadas por educadores e diretores da rede pública
Fachada da Semed - Foto: Ascom Semed

Em 2023, as Escolas Municipais de Maceió e seus diretores lamentaram a mudança na administração da Secretaria Municipal de Educação (Semed). Em maio deste ano, a secretária Jó Pereira assumiu a pasta e, desde então, vem recebendo críticas por não atender às solicitações de melhorias das estruturas e no transporte escolar da cidade. 

Nesta quinta-feira (28) o Jornal de Alagoas visitou a Escola Municipal Nosso Lar e conversou com uma servidora, que pediu para não ser identificada, temendo represálias. A funcionária pública criticou a administração de Jó Pereira, à frente da Semed. 

“Até nas reuniões é difícil de ver essa secretária. Ela manda a subsecretária, então essa gestão é muito fechada, sabe? É centralizada ali, são eles e eles. Já tentamos marcar um encontro com a Jó, mas nunca fomos recebidos por ela ou pela subsecretária, só nas reuniões da própria Secretaria que encontramos a subsecretária e fica por isso.” 

Jó Pereira foi criticada, por não receber os gestores das escolas, além de também ter, segundo a entrevistada: “piorado a gestão da Semed” e explicou: “antes dela era muito melhor, a Ana Dayse era mais assim, de receber todo mundo, queria a gente perto, se não desse pra atender ela mesma ligava e marcava outro dia.” 

A entrevistada disse também que administrar de uma maneira mais ampla e recebendo os principais afetados pelas políticas públicas significa transparência na gestão e acolhimento aos que mais precisam. 

“Eu prefiro essa abordagem mais aberta porque, isso não é uma democracia? Democracia não é isso? Se é uma gestão democrática, porque não recebem a gente? A gestão da Jó não é participativa. Não acho bom para a educação da cidade.” 

“A gente espera de uma gestão pública isso, que exista de fato uma democracia, onde a gente seja ouvido, independente de que pessoa esteja no cargo de secretário.” 

Em novembro, a equipe do JAL conversou com outra funcionária pública, que atua na escola Escola Municipal Major Bonifácio Silveira, localizada na Gruta de Lourdes. Ela, que também não quis se identificar, também criticou a postura da Semed, comandada por Jó. 

A entrevistada disse que a secretária, ao assumir, paralisou obras “para se situar” no que estava acontecendo na pasta da educação municipal. As obras de expansão da unidade foram paralisadas, ainda em maio e até hoje não foram retomadas. 

“Desde que ela chegou, a empresa de engenharia sumiu, até hoje as obras estão lá paralisadas, ela quis se situar no que estava acontecendo e pediu pra parar tudo até que ela organizasse a casa, como ela disse. Mas veja, isso foi em maio, já estamos no fim do ano”, disse a funcionária da unidade Major Bonifácio. 

Além da obra na Gruta, no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Maria José Oliveira, localizado no Benedito Bentes, também possui projetos inacabados da Semed. Atrapalhando o dia a dia dos alunos e trabalhadores da educação, os restos de madeira deixados para, literalmente, tapar buracos na escola colocam em risco a integridade física das crianças.

Leia mais sobre esse e outros assuntos: