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Homem negro tem mandado de prisão em aberto em AL três anos após cumprir pena

Advogados da vítima alegam racismo institucional; homem passa por situações de constrangimento e é perseguido

Por Natália Brasileiro* 02/02/2023 18h06 - Atualizado em 03/02/2023 11h11
Homem negro tem mandado de prisão em aberto em AL três anos após cumprir pena
Abordagem policial - Foto: Arquivo SSP/AL

Os advogados de Ednilson Ferreira da Silva alegam que seu cliente é vítima de racismo institucional. Mesmo tendo pago uma pena de três meses, após ser condenado por uma briga em 2019, um mandado de prisão continua aberto em seu nome e o que faz ele ser perseguido pela polícia, dizem os advogados.

Edinilson, homem negro, cometeu uma infração de vias de fato no ano de 2019 e teria cumprido sua pena, 3 meses de reclusão, no mesmo ano, mas o mandado de prisão em seu nome não foi retirado do sistema. A situação vem causando transtornos desde então.

A denúncia foi feita ao Jornal de Alagoas pelo advogado da vítima Gabriel Monteiro, que acompanha o caso de perto e explica que não há motivo para que o nome de Ednilson ainda esteja no banco nacional de mandados de prisão.

O advogado afirma que a vítima possui dois Habeas Corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ), além de três decisões da Justiça de Rio Largo que determinam a retirada do seu nome dos mandados de prisão, sendo a última de 9 de dezembro de 2022.

De acordo com Monteiro, a situação faz com que a vítima passe por situações desgastantes e constrangedoras com recorrência.

"A gente sabe que existe um certo estigma, algumas pessoas são paradas com mais frequência em blitz, infelizmente pela cor de pele ou por suas vestimentas, o nosso cliente é negro e é parado com frequência. Ele sempre mostra as decisões judiciais e as vezes os policiais o liberam de imediato ou acabam entrando em contato comigo para que eu explique a situação, eles compreendem e liberam, porém desta vez foi diferente, ele seria conduzido para a Central de Flagrantes, por intervenção de colegas [advogados] eles analisaram e liberaram, mas infelizmente ele passa por isso todas as vezes", conta o advogado.

Na próxima segunda-feira (6) o advogado retornará ao Fórum de Rio Largo em mais uma tentativa de resolver a situação.


*Estagiária sob supervisão