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Da Itália para Maceió, conheça o vinho artesanal Gaspare Buscemi

Italiana traz para a capital alagoana a tradição da bebida artesanal produzida pelo avô dela, em maquinários idealizados e construídos por ele

Por ALNB 11/08/2022 16h04 - Atualizado em 11/08/2022 17h05
Da Itália para Maceió, conheça o vinho artesanal Gaspare Buscemi
Gaspare Buscemi é produzido no Nordeste da Itália sem nenhuma interferência industrial - Foto: Dominique Lages

Noemi Simsig, uma italiana de 26 anos, pousou em Maceió trazendo na sua bagagem os vinhos produzidos artesanalmente pelo seu avô, Gaspare Buscemi. Numa noite de degustação realizada nessa terça-feira (9) e idealizada pelas advogadas e apaixonadas por vinhos, Marina Cleto, da Sognare Consultoria, e Julia Queiroz, empresários do ramo da gastronomia aprovaram o sabor da bebida produzida no Nordeste da Itália.

“Os vinhos do meu avô são produzidos de forma caseira em maquinários idealizados e construídos por ele. Prezando pela qualidade e não pela quantidade, produzimos 20 mil garrafas por ano. Recebemos o convite para trazer nosso vinho para Maceió, onde muitas pessoas apreciam a bebida, e será um prazer enviar o Gaspare Buscemi para a degustação dos alagoanos”, disse Noemi Simsig.

A jovem conta que trabalha na produção dos vinhos com o avô desde a colheita das uvas até o engarrafamento da bebida.

“Meu avô começou a produzir seus vinhos em 1959 e hoje, aos 83 anos, continua trabalhando. Eu atuei em outras áreas, mas a paixão pelo vinho me levou a seguir os seus passos e hoje quero que mais pessoas conheçam a qualidade de um vinho produzido sem nenhuma interferência industrial. Totalmente artesanal e de sabor único. Vou continuar seguindo o seu método de produção e quero aprender ao máximo com ele”, ressalta.

Noemi: “Os vinhos do meu avô são produzidos de forma caseira em maquinários idealizados e construídos por ele”. Foto: Dominique Lages


Originalidade

Durante a noite de degustação, pelo menos dez sabores entre vinhos brancos e tintos foram oferecidos aos convidados, entre eles o Patrick De Neufville, presidente da Associação Brasileira dos Sommeliers e ente da Federação Brasileira em Alagoas.

“O vinho fabricado de forma artesanal faz muita diferença. Tem uma originalidade e uma tipicidade incomparáveis. É uma aula de enologia, sobretudo o produtor apaixonado pela tradição, pela metodologia clássica da produção. A qualidade começa pelas uvas, do Nordeste da Itália, que se mantem por muitos anos. O enólogo tem muita paciência e muita dedicação e o resultado são vinhos com caráter, que mantém uma estrutura, uma harmonia”, opinou.

O encontro também promoveu a cultura, agregando uma exposição artística do pintor italiano Giorgio Bracco.

“Eu costumo dizer que vocês moram no paraíso e minhas telas retratam as paisagens que vejo em Alagoas”, contou o artista.

Os pratos servidos para harmonizar com os vinhos ficaram por conta da chef fiorentina Lori do restaurante Basilico, que elaborou um cardápio especial para o evento.

Além das entradas típicas do “Belpaese”, como expressão da deliciosa aliança entre Brasil e Itália, foi lançado um prato à base de massa caseira com molho do nosso patrimônio da Unesco, o sururu de capote.

Noite de degustação aconteceu na terça-feira (9) e foi idealizada pelas advogadas e apaixonadas por vinhos, Marina Cleto e Julia Queiroz. Foto: Dominique Lages


Associação


O italiano Nicola Stendardo, de 53 anos, nascido em Nápoles, mora em Maceió há 20 anos. Durante o evento ele contou sobre a ideia de uma associação cultural que nasceu literalmente no meio do caminho entre Brasil e Itália.

“Eu aqui em Maceió e Marina e Larissa na Itália, nos reunimos semanalmente online para estudar e trabalhar. Sendo ligados pela amizade e compartilhando o amor pela cultura, começamos a ler e comentar livros juntos, e percebemos que aqui em Maceió não existe nenhuma associação cultural dedicada à cultura italiana”, observa Nicola.

“Sabendo do prestígio da Sociedade Dante Alighieri, associação sem fins lucrativos que divulga a cultura italiana pelo mundo, Marina e Larissa pensaram em abrir uma seção em Maceió e me convidaram para fazer parte desse sonho. Concordei imediatamente e começamos a desenvolver o projeto”, acrescenta.

“Em Alagoas, entre a capital e o interior, há um grande número de italianos, que sentem a falta de um ponto de encontro, além de um número ainda maior de brasileiros interessados em tudo relacionado à Itália e sua cultura. Estamos coletando o material informativo pela Sociedade Dante Alighieri”, concluiu.

Marina Cleto, da Sognare Consultoria, e Julia Queiroz. Foto: Dominique Lages


Se depender da amizade entre esses brasileiros e italianos, Maceió será um ponto cultural e de degustação dos melhores vinhos da Itália.