Geral

Prefeitura de Maceió paga quase R$ 2 milhões em auxílios e famílias priorizam recuperação de bens

Aluguel social e auxílio emergencial pagos pelo Município contribuem diretamente para ajudar desalojados e desabrigados vítimas das chuvas

Por Secom Maceió 23/07/2022 11h11 - Atualizado em 23/07/2022 11h11
Prefeitura de Maceió paga quase R$ 2 milhões em auxílios e famílias priorizam recuperação de bens
Lucineide Ferreira e a filha, Mallu Vitória, no dia em que receberam o auxílio - Foto: Foto: Célio Júnior / Secom Maceió

No dia em que recebeu os cheques do auxílio emergencial e do aluguel social, pagos pela Prefeitura de Maceió, no valor de R$ 750,00 Lucineide da Silva Ferreira, dona de casa, já tinha planos para utilizar o dinheiro. Apesar de todas as perdas que teve com a invasão da água da Lagoa Mundaú dentro de casa, ela se programou para comprar de imediato o material escolar do filho Ícaro Rhyan, de 8 anos, para que ele voltasse a frequentar as aulas.

Já foram pagos, até o momento, quase R$ 2 milhões a cerca de 2.500 famílias que foram cadastradas pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), que estavam em abrigos e receberam atenção do Município com alimentação, roupa, colchões, kit de dormir, kit de higiene e outros itens.

A dona de casa mora também com a filha, Mallu Vitória, de 3 anos, que é uma criança com deficiência, e está gripada por conta da umidade dentro de casa. Onde a família mora, no Sítio Recreio, uma região de mangue por trás, no Pontal da Barra, a água avançou muito rápido e todos perderam móveis, eletrodomésticos e outros bens.

Mas o que a Lucineide deu prioridade para atender foram as necessidades dos filhos. “Armário, geladeira e guarda-roupa a gente não conseguiu salvar, só salvou as coisas pequenas, como a TV, roupa, documentos. Mas eu não consegui salvar as coisinhas do meu filho ir para escola, por isso vou comprar o caderninho dele e a mochila. Vou comprar os remédios da minha filha e depois ver um lugar para alugar”, contou.

Lucineide não trabalha, e deixou de receber o Auxílio Brasil do Governo Federal porque perdeu o prazo para atualização do Cadastro Único. Hoje, ela espera uma nova análise para voltar a ganhar o benefício, por isso o auxílio emergencial e o aluguel social pagos pela Prefeitura de Maceió serão a saída para que ela e as crianças possam recomeçar a vida após a cheia.

“Foi tudo muito rápido, logo cedo a lagoa encheu. Todo mundo da minha rua se ajudou, mas eram muitos barcos em uma rua estreita, perdemos muita coisa. Só consegui sobreviver esses dias porque fui para o abrigo, na Associação Riachuelo. Lá tive alimentação, roupa, kit de higiene, fralda para minha filha, bastante coisa, graças a Deus”, ressaltou.

Recursos para as vítimas – A Prefeitura de Maceió, por meio de um decreto do prefeito JHC, determinou que as vítimas da cheia da Lagoa Mundaú fossem beneficiadas por um auxílio de R$ 500 pagos por até seis meses, além do aluguel social de R$ 250, que pode ser pago por até um ano.

A medida foi tomada para que as pessoas que perderam tudo no alagamento, no dia 3 de julho, e as que ficaram sem ter onde morar possam ter como recuperar os pertences e alugar um imóvel longe da área de risco.

Josenilda Peixoto e a filha de 1 ano e 3 meses estão entre essas pessoas. No abrigo, na Associação Riachuelo, a família ganhou roupas, sandália e uma parte do enxoval da bebê, por isso assim que recebeu os auxílios da Prefeitura comprou um guarda-roupa novo, onde organizou parte das coisas que recuperou ou que ganhou.

Elas moram próximo à Praça Pingo d’Água, no Trapiche da Barra, e também tiveram a casa invadida pela água. Guarda-roupa, armário, mesa e tudo mais que era de MDF se perdeu no alagamento. Roupas, lençóis e toalhas ficaram molhados e, como a água estava muito suja, ela preferiu não aproveitar nada.

“Eu e minha família - minha mãe e minhas irmãs - ficamos no abrigo e ganhamos muita coisa, só não ganhamos lençol e toalha. Organizei tudo no guarda-roupa e em um gaveteiro de plástico que salvei, mas armário, mesa, berço, tudo isso vou precisar comprar de novo”, expôs.

A ajuda financeira vai também ser usada para que ela encontre um lugar para morar longe da região de alagamento. “Essa ajuda vai ser boa para que a gente possa recomeçar porque não tinha de onde tirar. Sou manicure, mas esses dias está paradíssimo. Nessa área onde moro foi onde mais foi afetado, todo mundo perdeu tudo e não está com cabeça, nem dinheiro para fazer unha e cabelo. O que estou recebendo de cliente é uma ou outra que não mora por aqui”, relatou.

Visita aos bairros - Desde quarta-feira (20), uma força-tarefa da Defesa Civil visita os bairros afetados para identificar as casas que sofreram alagamento para que a Prefeitura possa pagar o auxílio emergencial também a quem não ficou nos abrigos.

Elisângela Clemente, moradora de uma vila no Vergel do Lago, disse que já foi contemplada com a ajuda municipal, mas tem parentes e amigos que não foram porque optaram por ficar em casa para que ninguém furtasse o pouco que restou após a cheia.

Ela, que mora com o neto de 5 anos, preferiu sair para não adoecer, por conta da sujeira levada para dentro de casa com a água e a lama. Mas quando voltou, viu que todo o material que usava para fazer bolos de festa para vender se estragou.

Sem poder trabalhar, agora ela conta com os R$ 750 para comprar alimentação e produtos de limpeza e higiene. “Temos que agradecer por tudo. Fico muito grata por esse dinheiro, vai me ajudar bastante, e vai ajudar muitos a se reestruturar. Muita gente ainda nem voltou para casa”, disse.