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Maceioense de 18 anos afirma que irá se vacinar após ser entubado devido à Covid-19
Ele contou, à assessoria do HGE, que teve medo dos efeitos colaterais da vacina e, por isso, não se vacinou

Um jovem de 18 anos ficou entre a vida e a morte na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Com medo de possíveis efeitos ele não se imunizou contra a Covid-19 e, após ficar entre a vida e a morte, ele afirma que irá se vacinar assim que for possível.
José Claudio Nascimento de Araújo é morador do bairro do Feitosa, na capital alagoana, mora com a tia e trabalha em uma mercearia. Ele contou, à assessoria do HGE, que teve medo dos efeitos colaterais da vacina e, por isso, não se vacinou.
“A primeira coisa que irei fazer assim que eu puder é me vacinar. Eu sei que eu vacilei, que eu deveria ter ido me imunizar. Mas, eu estava com medo dos efeitos colaterais, não queria ficar doente. Diziam para mim que doía muita coisa, como o braço e a cabeça. Teve gente que me disse que ficou de cama. Eu não queria isso, então não me vacinei. Mas, infelizmente, só agora eu percebi que é muito melhor sofrer esse risco, do que sofrer com a gravidade que esse vírus pode causar”, concluiu, agora, o ex-paciente do HGE.
De acordo com a assessoria do Hospital, José Cláudio estava em uma festa no município de São Luís do Quitunde, cidade localizada a 56 km de Maceió, bebendo com amigos e após dormir, acordou vomitando sangue. Ele foi levado para o hospital do município e depois para o Hospital Regional do Norte, em Porto Calvo, que o transferiu para o HGE. “Quando cheguei, eu vomitei, de novo, sangue. Fizeram o teste para Covid-19 e deu positivo”, lembra o jovem.
José Cláudio foi diagnosticado com Hemorragia Digestiva Alta e Baixa, além da Covid-19. Ele foi admitido no dia 31 de janeiro e no dia seguinte já estava no leito exclusivo para paciente com o novo coronavírus na UTI. Na tentativa de estabilizar os efeitos nocivos do vírus e diminuir o sangramento, condutas foram adotadas pela equipe multidisciplinar, com atenção contínua para avaliar a resposta do organismo. Porém, algo ainda mais comprometedor foi descoberto.
“Uma úlcera duodenal, que é uma pequena ferida que surge no duodeno, a primeira parte do intestino, que liga diretamente no estômago. Geralmente, a úlcera se desenvolve em pessoas que foram infectadas com a bactéria H. pylori, que retira a proteção da mucosa do estômago e causa inflamação da parede do duodeno e, provavelmente, agravada devido à inflamação causada pela Covid-19”, detalhou o médico Adailton Araújo.
Hoje, José Cláudio já recebeu alta médica e está muito grato pelos cuidados que recebeu no HGE, desde o primeiro atendimento na Área Vermelha. Ele acredita que a situação poderia ter sido fatal caso não contasse com a eficiência do serviço exercido por todos os profissionais envolvidos; e já imagina que, após sua recuperação, irá concluir os seus estudos, voltar a trabalhar e preservar mais a sua saúde.

Trabalho complementar da equipe multiprofissional fez toda a diferença no tratamento
O HGE conta com 37 leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 18 para patologias gerais, dez para crianças e nove exclusivos para os pacientes diagnosticados com a Covid-19. É um setor especializado no suporte a casos de alta complexidade, a fim de manter a vida do doente com risco de morte por insuficiência orgânica. Conforme relatório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), cinco dos nove leitos destinados a pessoas com o novo coronavírus estão ocupados, isso representa uma taxa de 56%.
“Por isso, mantemos a nossa orientação para seguir com os cuidados preventivos, como o uso da máscara, a higienização das mãos, o distanciamento social e, principalmente, a vacinação. É muito importante mantermos o nosso organismo fortalecido, isso nos ajuda muito a seguirmos firmes rumo à concretização dos nossos objetivos, dos nossos sonhos. Desse modo, lanço o convite para que todos repensem a prática daqueles hábitos que já sabemos ser nocivo”, acrescentou o gerente do HGE, o médico Paulo Teixeira.
