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Ônibus que caiu em MG não tinha seguro para passageiros

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) alegou o fato através de entrevista

Por Redação com Gazeta Web 07/12/2020 13h01
Ônibus que caiu em MG não tinha seguro para passageiros
Foto: Reprodução

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou, em entrevista à portal de notícia, na manhã desta segunda-feira (07), que o ônibus da empresa Localima circulava sem seguro para passageiros. 

Apesar das irregularidades, ainda não é possível afirmar, segundo a agência, se o veículo, que caiu de um viaduto na BR-381, em Minas Gerais, estava fazendo viagem clandestina. Isso porque, de acordo com Lucas Souza, coordenador-substituto da ANTT Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, a empresa tinha autorização judicial e, por isso, operava de forma legal.

"Toda empresa cadastrada na ANTT como regular, seja pela autorização junto à ANTT ou judicial, precisa ter o DPVAT e o seguro civil. Nesse caso, há outra discrepância, porque o veículo está cadastrado na JS, porém, não tem o seguro. Ou seja, o veículo não tinha seguro que ampara em caso de acidente. É um caso bem complexo, mas, nas informações que nós temos, ainda não é possível afirmar que era uma viagem clandestina", afirmou Lucas. 

Outro fator apontado por Lucas é que a empresa fazia duas viagens por semana, nesse trecho Mata Grande/Santa Cruz do Deserto para São Paulo. "A ANTT conhecia a empresa e, por coincidência, realizamos uma operação na região de Delmiro Gouveia, na quarta e na quinta-feira, só que, durante a operação, o guichê dessa empresa estava fechado durante todo o tempo dessa operação. Não sabemos o motivo, se era por conta da fiscalização, o que é provável. E, como estava fechado, a gente não pôde fiscalizá-la".

O ônibus saiu do povoado Santa Cruz do Deserto e levava cerca de 48 pessoas até São Paulo. No total, 19 pessoas morreram e as demais ficaram feridas. 

"Não podemos dar a certeza de que era clandestino porque ela funcionava sob medida judicial, que, no caso, concede o direito de fazer o transporte. O problema, porém, nesse caso, é que o carro constava como inativo nessa empresa, mas não significa que realizava viagem clandestina", pontuou Lucas.

CONFIRA NOTA DA EMPRESA

A família Localima está muito chocada e abalada com o terrível acontecimento. Somos pessoas honestas e trabalhadoras e gostaríamos de informar que existe um contrato vigente até outubro de 2021 com a empresa JS Turismo.
Que todas as passagens e bagagens são retiradas e etiquetadas pelos blocos que são fornecidos pela empresa JS Turismo e que todos os meses são pagos os valores estipulados por eles pra essa prestação de serviço, inclusive o pagamento de seguro, conforme os comprovantes dos últimos dois meses e outros documentos que serão apresentados em juízo, uma vez que a JS Turismo se exime de sua responsabilidade, o que não faremos.
Informamos que regularmente são sim realizadas inspeções técnicas junto a ANTT, conforme Laudo de Inspeção em anexo que comprova sua realização no último dia 14/10/2020. Com relação a alegação da JS que o veículo foi vendido por eles para a Localima, é inverídico, pois o veículo foi comprado do Sr. Francisco de Assis da Silva Filho como mostra a cópia do recibo e o Sr Francisco de Assis anteriormente adquiriu o veículo de uma empresa de ônibus de SP. Logo, o veículo nunca pertenceu a JS. Informamos que, nesse momento tão difícil para todos nós, membros de nossa família encontram-se nas cidades de Belo Horizonte e João Monlevade prestando auxílio as vítimas e familiares, informações aos órgãos competentes e essa é nossa prioridade nesse momento.