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Retorno das aulas presenciais não deve acontecer agora, dizem sindicatos

Para representantes, o aumento no número de casos simboliza um risco para toda a população

Por William Makaisy (Estagiário) com Jornal de Alagoas 04/12/2020 12h12
Retorno das aulas presenciais não deve acontecer agora, dizem sindicatos
Foto: Sinteal

O retorno das aulas presenciais na rede pública e privada de ensino continua sendo motivo de discussões. Na tarde de quinta-feira (3), o retorno das aulas presenciais foi levantado pelo secretário Alexandre Ayres, em entrevista coletiva, como previsto para o início de 2021. O pronunciamento do secretário, contudo, foi criticado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) e pelo Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro), que consideram o retorno um risco para todos os alagoanos. 

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) se manifestou contrário à iniciativa e informou que os riscos são grandes. “Estamos sofrendo muito com esse formato de aula online desde o início da pandemia, sabemos que há prejuízos para todos. Mas nada justifica que governantes coloquem milhares de famílias em risco de contaminação. As notícias são alarmantes, estamos vendo os hospitais lotando, a pandemia que tinha estabilizado voltando a subir de forma muito rápida. Serão feitas testagens em massa nos trabalhadores e estudantes? Não dá pra estar aglomerando pessoas em salas de aula sem fazer testagem”, criticou Consuelo Correia, presidente do Sinteal.

Ainda de acordo com a nota, o Sinteal se reuniu esta semana com o Secretário de Estado da Educação e este plano de retomada sequer foi mencionado. A presidente explicou que ainda estão preocupados com as questões de ensino de 2020, que estão, até o momento, indefinidas. 

Consuelo Correia destacou também que muitas questões ainda precisam ser discutidas sobre esse retorno, como, por exemplo, a viabilidade dos protocolos sanitários que serão adotados. “Como foi discutido o protocolo? Será viável do ponto de vista pedagógico o formato que a saúde pensou? Quais as condições reais nas escolas, na estrutura que temos? As pessoas receberão treinamento, ou vai ser como o ensino online, que cada trabalhador teve que se virar e tirar da própria estrutura para manter o trabalho?”, pontuou Consuelo. 

REDE PRIVADA

Para o presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro), Eduardo Vasconcelos, o retorno agora é impensável e irresponsável. “Não faz o menor sentido nós voltarmos agora com o número de casos da Covid-19 aumentando em Alagoas. Tivemos um dia desses mais de 1.500 casos somente em 24h. Voltar agora é o mesmo que promover uma ‘carnificina’ com a vida das pessoas", disse o presidente.

"Aposto que muitos desses que defendem um retorno agora não irão colocar os filhos nas escolas, vai ser somente o filho dos mais pobres, de escolas públicas, que voltam. É um absurdo isso acontecer neste momento. Esse posicionamento do Ayres, em plena pandemia e no começo de uma possível segunda onda, não tem cabimento algum", contou Eduardo Vasconcelos, que completou: "se esse retorno acontecer, entraremos na justiça contra a decisão."