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Militares alagoanos tentam retomar negociação com governo

Em reunião unificada, realizada na terça-feira, 17, policiais militares e bombeiros rejeitaram a proposta apresentada pelo governo de Alagoas. Após a assembleia, realizada em frente ao Palácio dos Palmares, em Maceió, com participação de cerca de 2 mil pessoas, os servidores decidiram exigir reajuste.
Antes da assembleia, a reivindicação era de 10,67%. O governo oferecia 10% de reajuste, parcelado em quatro anos, sendo 4% em 2019 e 2% nos anos seguintes, entre 2020 e 2022. Os militares passaram a pedir equiparação com reajuste que teria sido dado a delegados da Polícia Civil, de 29%.
O governo avisou que os 10% é o limite. E para piorar, o TRE .alertou os dois lados que qualquer aumento salarial, a partir do dia 10 de abril passado até o final deste ano está proibido pela legislação eleitoral.
Ante o “impasse”, os militares decidiram suspender os serviços da Força Tarefa e o Ronda nos Bairros, dois programas de segurança ostensiva implantados no atual governo. A categoria também ameaça com a possibilidade de fazer aquartelamento ou “greve” - com recolhimento da tropa aos quartéis.
Nesta quinta-feira, no entanto, os líderes do movimento unificado dos servidores militares, que reúne PMs e Bombeiros de todas as patentes, pediu uma nova reunião com o governo. O encontro será realizado nesta sexta-feira, 20, pela manhã. O encontro foi divulgado através do Informativo Unificado, assinado por sete associações de militares (veja reprodução).
O secretário de Planejamento e Gestão do Estado, Fabrício Marques Santos, confirma o encontro, que terá ainda participação dos secretários de Segurança, Lima Junior, e da Fazenda, George Santoro. Ele adianta, no entanto, que o estado não terá como oferecer um reajuste maior. “Chegamos ao limite. Qualquer proposta além da que oferecemos seria colocar em risco o equilíbrio fiscal do estado, comprometendo inclusive a capacidade de pagamento futura dos salários e outras obrigações”, pondera.
Apesar das dificuldades, Fabrício Marques explica que o governo está aberto à negociação e fará todo o esforço para chegar a um entendimento: “o governador Renan Filho prioriza a segurança da população e reconhece o esforço dos servidores militares. Nossa orientação é resolver essa situação na base do diálogo, buscando o entendimento, sem prejuízos para a sociedade”, pondera.
Quanto a questão do impedimento legal, o secretário Fabrício Marques acredita que a única forma de contornar a questão será estabelecer um compromisso mútuo. “Podemos firmar um acordo agora e conceder o reajuste após o período eleitoral”, pondera
Impedimento legal
Em reportagem exibida na noite da última terça-feira, 17, o AL TV2, da TV Gazeta, revelou que o governo não pode dar, no ano de eleição. No máximo, o Estado só poder fazer a reposição salarial com base na inflação do ano anterior, que seria de 2,95%. De acordo com comunicado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reajuste de servidores públicos acima da inflação está proibido desde a última desta terça-feira, 10.
Para saber mais, acesse o link na página do TSE:
Eleições 2018: reajuste de servidores públicos acima da inflação está proibido a partir desta terça-feira (10)
Informativo
Através do informativo, as associações de militares (Assomal, Abmal, Assmal, ACS, Aspra, UPM e Arpmal) comunicaram que estão buscando resolver as demandas das categorias através da negociação e por meio de um processo sério e transparente.
Veja a nota:
“Movimento Unificado dos Militares Estaduais informa à tropa que participará da reunião com o secretário de Estado do Planejamento e Gestão Fabrício Marques, na manhã desta sexta -feira (20), onde estarão presentes, além de todos os presidentes de associações, a cúpula da Secretaria de Segurança Pública, buscando resolver as demandas das categorias através da negociação e por meio de um processo sério e transparente”.
