Geral

Distorção aluno-série do fundamental é de 38% em Alagoas

Censo escolar aponta ainda diferença de 49% entre estudantes do ensino médio, maior índice é de Colônia Leopoldina

Por Pollyana dos Anjos 06/06/2014 15h03

Quando o assunto é educação no Brasil, os números costumam não favorecer a expectativa. Segundo pesquisa do Censo Escolar do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), coletada com auxílio da plataforma de dados educacionais QEdu, em mais de 700 municípios no país, metade dos alunos de escola pública de ensino médio não tem idade adequada à série que estuda.

Em Alagoas, essa realidade não é diferente. Na rede estadual de ensino, do 1º ao 5º ano, 38% dos alunos estão com distorção de idade-série, ou seja, de cada 100 avaliados, 38 estão com atraso escolar de 2 ou mais anos. Do 6º ao 9º ano, o índice cresce para 49% e no ensino médio chega a 48%. As escolas de administração do município também apresentaram dados insatisfatórios.  Do 1º ao 5º ano (26%); do 6º ao 9º (49%); e no ensino médio (49%).

Na capital, os números chamaram atenção. As escolas estaduais têm percentuais acima de 70%. Dentre as que indicaram maior distorção, estão: Professor José Remi Lima (EE) com 73%, Professor Eduardo Almeida da Silva (EE) com 85% e a Escola Aquilina Bulhões Barros (EE) com 86%.

Todos os 102 municípios alagoanos exibiram no mapa do QEdu índices de alunos com atraso escolar. Na ordem decrescente, os municípios que estão com os maiores índices, são: Colônia Leopoldina (39,8%), Ibateguara (38%), Maragogi (37,7%), Novo Lino (37,6%) e Dois Riachos (36,1%). Maceió não ficou longe com 33,6%.

Aprendizagem - O site mostra, também, o comparativo entre o ensino público nos municípios alagoanos até o 5º ano e até o 9º ano, quanto às duas principais matérias lecionadas: Português e Matemática. O estudo relata a proporção de alunos que aprenderam adequadamente a ler, interpretar texto e resolver problemas matemáticos.

Apenas 13% dos alunos, estudantes de séries até o 5º ano, em Alagoas, sabem ler e escrever. No Brasil, o número também não é animador e é a prova dos problemas na educação (37%). O índice cai, ainda mais, nas séries até o 9º ano, onde Alagoas fica com 8% e o Brasil com 22%.

No âmbito de resolução de problemas matemáticos, das séries até o 5º ano, Alagoas registra 10%, enquanto que o Brasil 33%. Se o foco se voltar para os municípios de Alagoas, o problema se instala. Em Santa Luzia do Norte, por exemplo, o percentual fica em 0%. Das séries até o 9º ano, o estado mostra 3% e o Brasil 12%.

Contradição – Enquanto os números de atraso escolar e aprendizagem são desanimadores, os de infraestrutura das escolas de ensino público alagoano confrontam a realidade e provam o desuso do ambiente educacional.

De acordo com o QEdu, a pesquisa foi realizada com as escolas que participaram da Prova Brasil e constataram que 46% delas tem biblioteca, 59% tem sala de leitura, 65% tem internet e 77% tem laboratório de informática.

Para conferir os dados citados na matéria, acesse: http://www.qedu.org.br/cidade/5405-maceio/distorcao-idade-serie?dependence=0&localization=0&stageId=initial_years&year=2013.

Tags: