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Estudo econômico projeta chances das seleções na Copa

Analistas juntam economia e cultura futebolística e apontam Brasil, Alemanha, Argentina e Espanha nas semifinais; confira projeções

Por Da Redação com Com Assessoria 06/06/2014 07h07
Estudo econômico projeta chances das seleções na Copa
Estudo aponta quem enfrenta quem após a primeira fase até as semifinais da Copa - Foto: Fifa

Analistas econômicos do Itaú Unibanco elaboraram um modelo baseado em três variáveis que apontam as seleções com mais chances de avançar às fases finais da Copa do Mundo 2014. O estudo concluiu que Alemanha, Brasil, Argentina e Espanha são as seleções que devem chegar às semifinais e embora não aponte os potenciais finalistas, o economista-chefe do banco, Ilan Goldfajn, declarou na quarta-feira (5), em entrevista à CBN Brasil, que as variáveis apontam para Argentina e Brasil e que, neste caso, dará Brasil campeão.

Para os economistas, o sucesso de uma seleção se baseia fundamentalmente em três fatores: a qualidade da equipe, a tradição no futebol, que eles chamam de “peso da camisa” e o apoio da torcida. “A partir daí, procuramos variáveis que descrevam esses três fatores e investigamos, através de técnicas econométricas, se essas variáveis de fato influenciam o desempenho de uma seleção em Copas do Mundo”, explica o estudo, segundo o qual o Brasil está bem posicionado em todas as variáveis.

Por “qualidade atual”, o estudo considera fatores como os resultados de cada time em jogos recentes, o valor de mercado dos jogadores – os times mais caros devem ter os melhores jogadores. Nesse aspecto, foi tomado como base o ranking da FIFA. “Testamos essa medida, e ela mostrou boa correlação com o desempenho das equipes em Copas passadas. Além disso, os resultados do campeonato continental (Copa América, Eurocopa, Copa Africana de Nações, etc.) também se mostraram relevantes para prever o desempenho de uma seleção na Copa seguinte”, afirma.

A “tradição”, também chamada “peso da camisa”, é considerada fator complementar ao primeiro e segundo o estudo, leva em consideração o número de títulos mundiais conquistados e se o país é europeu ou latino-americano. “Ou seja, os países que já foram campeões tendem a ir mais longe (e quanto mais títulos, maior essa probabilidade), e os países da Europa ou América Latina têm um desempenho, em média, melhor que os dos demais continentes”.

Considerada de menor relevância estatística, a terceira variável é a “torcida” e nesse caso, o país-sede é sem dúvida o que leva mais vantagem, apesar de o Brasil contar com um curioso diferencial: dos países campeões, é o único que perdeu a Copa em casa.

Para qualquer brasileiro afeito ao futebol, o maracanazo, como ficou conhecida a derrota da seleção para o Uruguai, na final da Copa do Brasil de 1954, é um karma a ser superado.

Embora pese menos e apesar da memória histórica do jogo que calou o Maracanã, os economistas consideram que jogar em casa tem sua relevância. “Países que jogam em casa contam com um impulso a mais? Os resultados mostram que sim. Basta lembrar a histórica campanha da Coreia do Sul em 2002. De fato, em seis ocasiões, o país organizador venceu o torneio. Suécia e Inglaterra só conseguiram chegar à final quando sediaram o evento”, diz o estudo.

Elemento surpresa

Com maior grau de subjetividade, o modelo macroeconométrico apontou, pela  observação histórica, que cada Copa tem sua “zebra”, normalmente seleções da África ou da Ásia, com menor tradição no futebol, que passam da primeira fase. “Desde a Copa de 1990, na Itália, sempre tivemos uma seleção africana alcançando pelo menos as oitavas de final (Camarões, Senegal, Gana, Nigéria), e em quase todas tivemos uma seleção asiática (Japão, Coreia). Assim, para manter essa tendência, impusemos ao modelo que uma seleção africana e uma asiática se classificarão às oitavas de final do torneio. Examinando o desempenho das eliminatórias nessas regiões e fazendo uma análise qualitativa dos grupos e dos times, concluímos que os classificados serão Costa do Marfim e Irã”.

Quem cai, quem avança

Os economistas avaliaram os dados das copas realizadas desde 1994 e com base nos resultados e no potencial de cada grupo, apontam quem será abatido de início e quem segue às fases classificatórias. “Na primeira fase, os grandes favoritos avançam, com exceção da Inglaterra, que sucumbe aos tradicionais Itália e Uruguai no chamado ‘grupo da morte’. Nas oitavas, nomes mais fortes, como Colômbia, México e Rússia, vão ficando pelo meio do caminho”.

Com todos os dados à mesa, os economistas estimam, inclusive, quem leva vantagem quando gigantes europeus jogarem entre si. “Um embate apertado acontece nas quartas de final, entre Itália e Espanha. A Itália, tetracampeã mundial, é uma das seleções mais tradicionais da Copa. Mas a Espanha é a atual campeã e líder do ranking da FIFA. Além disso, aplicou um sonoro 4x0 na Itália na final da última Eurocopa. Dessa forma, se estivermos certos, a Itália cai nas quartas de final do torneio”.

Evitando ir além das semifinais, os economistas deixam a final entregue aos céus. “Brasil, Espanha, Argentina e Alemanha se encontram nas semifinais. Será histórico! Em jogo, 11 títulos mundiais e rivalidades tão grandes quanto o próprio torneio. A partir daqui, não nos arriscamos a fazer projeções: será a vontade dos deuses do futebol”.

O estudo completo, com a tabela dos potenciais vencedores, pode ser acessado no endereço eletrônico https://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes/macro-visao/copa-do-mundo-da-fifa-brasil-2014-quem-tem-mais-chances .

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