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Festival de Música de Penedo: shows encantam público e destacam a importância da música alagoana

Grupo LP Musical e Banda Alphaville brilharam no palco do Teatro Sete de Setembro, com muito jazz, bolero e poesia reflexiva

Por Jamerson Soares 25/10/2025 07h07 - Atualizado em 25/10/2025 07h07
Festival de Música de Penedo: shows encantam público e destacam a importância da música alagoana
Banda penedense Alphaville foi uma das atrações musicais do Festival - Foto: Roberta Brito

O Festival de Música de Penedo começou, na noite dessa quinta-feira (24), presenteando o público com dois shows marcantes de caráter autoral, que fecharam a solenidade de abertura sob uma sensação de pertencimento e muito suingue, bolero e notas crescentes de jazz. A cerimônia contou com a presença de autoridades, correalizadores, apoiadores e parceiros do evento, como o prefeito da cidade, Ronaldo Lopes, e o secretário de Turismo e Economia Criativa, Jair Galvão.

As apresentações começaram por volta das 21h. A primeira atração que iluminou o palco do Teatro Sete de Setembro foi o grupo LP Musical, que é composto por professores, músicos profissionais e egressos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). No grupo, estavam Maglione Santos (bateria), Tiago Celmir (guitarra), Milson Fireman (baixo), Marcos Aurélio (piano) e os convidados Augusto Moralez (vibrafone) e Vanilson Coelho (saxofone).

A todo momento se podia ouvir a seguinte pergunta: "Como é possível fazer a música brotar na grande diversidade de instrumentos e, ainda assim, mostrar autenticidade naquilo que cada um domina com maestria?" A resposta foi vista ali na frente do público, desde o dedilhar da guitarra aos encantamentos do vibrafone, que deu um ar de nostalgia e ludicidade em cada composição.

"O projeto tem como base um grupo de quatro pessoas, com o baixo, a bateria, o piano e a guitarra. É com base nessa estrutura que a gente faz música. A gente também recebe pessoas para poder trabalhar junto. OLP é justamente essa coisa do laboratório. O laboratório não é uma coisa de ficar fixo propriamente, a gente vai experimentando, ampliando", explicou o coordenador do grupo, Milson Fireman, professor do curso de licenciatura em Música da Ufal.

A atenção se voltou para o fato de que a banda se firma na composição autoral e instrumental, utilizando o improviso, o que também ajuda o público a criar imagens e cenários, como em um filme ou clipe musical. Havia no repertório músicas que misturavam samba, salsa, bossa nova, MPB, sempre tendo como alicerce a linguagem do jazz e dos metais. Paisagem, composta por Marcos Aurélio; Maré, de Paulo Davi e Milson Fireman; No Pulsar do Coração, de Paulo Davi; foram algumas das canções tocadas pelos músicos.

Para Augusto Moralez, foi uma honra ser convidado pelo grupo e participar, mais uma vez, do Festival foi como um presente. "Tocar com o LP é uma honra sem tamanho. Eu acompanho o trabalho do professor Milson já faz muitos anos e o convite veio assim como um presente pra mim. Porque é um repertório muito original, é um repertório que para nós, músicos, é uma delícia tocar. São músicas bonitas, composições de primeira, então o convite chegou para mim como um presente mesmo. E tocar nesse teatro é assim a apoteose da música aqui em Alagoas", destacou o músico.

Foto: Roberta Brito

Das antigas serestas à poesia reflexiva

A segunda e última atração, banda penedense Alphaville, teve como repertório composições, algumas autorais, que lembram antigas serestas com letras românticas e um teor mais reflexivo sobre o mundo.

A banda levou o público a dançar e vibrar ao som de canções de grupos musicais brasileiros e internacionais, como La Bamba, do incônico Ritchie Valens. Dentro da mistura de ritmos, havia xote, reggae, bolero e MPB, sempre intercalando com composições autorais.

Compõem a banda Jamesson (bateria), Erasmo de Tal (guitarra), Marquinhos (baixo), Michel (teclado) e Henrique (vocal). Uma das músicas que ficou no imaginário musical do público foi Vem Ficar Comigo, canção autoral e original que tem um refrão difícil de esquecer facilmente, bem como "reggaemanfe", Rosinha e Convite ao Prazer.

As letras abordam assuntos como desigualdade social, infância, mistérios do tempo e memória, e reflexões que podem servir como pontes para mudanças na humanidade.

Após o show empolgante, o cantor Henrique agradeceu a Marcos Moreira, coordenador do Festival, pelo convite. Ele também ficou emocionado ao ver a energia da plateia e lembrou que foi a primeira vez que a banda participou do evento.

"Eu só queria agradecer ao Marcos pela oportunidade de mostrar o nosso trabalho. A gente agradece muito pelo apoio. A energia que vinha de lá do público foi essencial para a gente desenvolver o nosso trabalho. Graças a Deus deu tudo certo, foi uma energia maravilhosa. Além disso, a gente pôde mostrar um pouquinho do nosso trabalho. Espero ter outras oportunidade para mostrar muito mais", comemorou o cantor.

Realização

O Femupe é uma realização da Ufal, por meio do Centro de Musicologia de Penedo (Cemupe) e da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc),da Universidade Federal de Alagoas (Ufal),da Prefeitura de Penedo, da Astec, do Sesc-Alagoas e da Fundepes, compatrocínio do Sebrae Alagoas.

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Foto: Renner Boldrino