​O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta quarta-feira (10) sua última reunião do ano, em um cenário econômico marcado por incerteza e pela persistente pressão inflacionária em segmentos específicos. A expectativa majoritária do mercado financeiro é de que a Taxa Selic seja mantida no patamar atual de 15% ao ano, o mais alto registrado desde julho de 2006.

​A decisão será anunciada no início da noite de hoje. A manutenção da Selic, que não é alterada desde julho, reflete a postura cautelosa adotada pela diretoria do BC, conforme explicitado na ata da última reunião. O Copom indicou que os juros seriam mantidos em nível elevado por tempo prolongado para garantir que a inflação convirja para a meta estipulada.

​Inflação Persiste Apesar da Desaceleração

​A ata de novembro do Copom destacou que o cenário interno continua com elevada incerteza. Embora a economia mostre sinais de desaceleração, alguns preços essenciais, como energia e alimentos, seguem exercendo forte pressão inflacionária.

​Apesar dos desafios, há sinais de arrefecimento nos índices gerais. A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), registrou 0,2% em outubro e acumulou 4,5% em 12 meses, atingindo o teto da meta contínua.

​As estimativas do mercado, coletadas no Boletim Focus mais recente, reforçam a expectativa de controle: a previsão para o IPCA de 2025 caiu para 4,4%, ligeiramente abaixo do limite superior da meta contínua (4,5%).

​O Papel da Selic e o Novo Sistema de Metas

​A Taxa Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Ao mantê-la alta, o BC encarece o crédito e desestimula a demanda aquecida, impactando diretamente os custos de financiamento para empresas e consumidores.

​Os analistas de mercado, segundo o Boletim Focus, preveem a estabilidade da Selic em 15% ao ano até o final de 2025 ou o início de 2026. A principal divergência atual reside em quando, no próximo ano, o ciclo de cortes nos juros será iniciado.

​Vale lembrar que, desde janeiro, está em vigor o sistema de meta contínua, no qual a meta de inflação (3%, com margem de 1,5 ponto percentual) passa a ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses, e não mais restrita ao fechamento de dezembro.


*Com informações Agência Brasil