A Chamada Pública de Projetos para o Nordeste da Nova Indústria superou todas as expectativas e aprovou 189 propostas, totalizando R$ 113,1 bilhões em investimentos potenciais. O valor é 13 vezes superior à estimativa inicial de R$ 10 bilhões e marca o maior volume já registrado em uma iniciativa regional de articulação industrial no país.

O presidente do Consórcio e governador do Piauí, Rafael Fonteles, destacou que o resultado demonstra a capacidade técnica e a competitividade da região no novo ciclo industrial brasileiro. O Nordeste tem vocações naturais e enorme potencial para desenvolvimento industrial, especialmente com a agenda da transição energética e do Power Shore. O resultado da chamada mostra que estamos prontos para liderar esse processo, afirmou.

Fonteles defendeu que a chamada pública se torne um esforço permanente, realizado anualmente com apoio de bancos públicos e fundos federais, garantindo crédito contínuo para transformar os projetos em empreendimentos reais. Ele também anunciou dois estudos estratégicos: um sobre transição energética e Power Shore, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (ICS), e outro sobre economia digital, conduzido com o Banco Mundial.

Industrialização integrada em 2026
Presidente eleito do Consórcio Nordeste para 2026, o governador de Alagoas, Paulo Dantas, afirmou que o próximo passo será garantir que os projetos aprovados se tornem plantas industriais ativas e competitivas, gerando emprego e fortalecendo cadeias produtivas. O Nordeste tem projetos sólidos, empresários arrojados, capacidade técnica e logística eficiente. Não pedimos privilégios, pedimos coerência. É fundamental que a oferta de crédito acompanhe o tamanho da oportunidade que o Nordeste representa para o Brasil, destacou.

Dantas agradeceu o trabalho das gestões anteriores do colegiado e reforçou seu compromisso de conduzir o Consórcio de forma integrada em 2026.

Mobilização inédita
A diretora de Crédito do BNDES, Maria Fernanda Coelho, ressaltou que a chamada mobilizou governos estaduais, federações empresariais, universidades e instituições financeiras de forma inédita. Segundo ela, 74% das propostas aprovadas são de micro, pequenas e médias empresas, demonstrando o potencial de inovação distribuído na região.

O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, afirmou que o resultado recoloca o Nordeste no centro da estratégia nacional de desenvolvimento.

Já o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, enfatizou que a região se diferencia pela capacidade de articular políticas sociais, econômicas e ambientais de forma integrada, alinhadas à Declaração de Belém da COP.

Novo patamar de competitividade
Com propostas que abrangem setores como transição energética, economia digital, bioeconomia, infraestrutura e inovação industrial, o volume captado coloca o Nordeste em novo patamar de competitividade e projeta a região como protagonista do ciclo de industrialização sustentável do país. Quando o Nordeste cresce, o Brasil cresce, concluiu Paulo Dantas.