Nesta terça-feira (12) junto da divulgação da inflação oficial de julho, que marcou 0,26%, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o preço do café moído caiu, tal percepção não era visualizada há mais de um ano.

O café, nos últimos 18 meses, teve alta do produto que chegou até 99,46%, ou seja praticamente dobrou de preço. Agora, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou que o café recuou 1,01%.

A inflação anual do café moído faz do item o segundo com maior influência de alta no IPCA do mesmo período (5,23%), respondendo por 0,30 ponto porcentual (p.p.). Fica atrás apenas das carnes, que representam 0,54 p.p. (alta de 23,34%). Com esse recuo de julho, o café soma alta de 41,46% no ano e de 70,51% em 12 meses.

Queda de preço

A queda do preço não pode ser atribuída ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, essa tarifa começou somente na quarta-feira (06) . De acordo com o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, a queda de preço no mês passado é resultado da safra.

“[Em julho], já estava começando a colheita, uma oferta maior no campo. Pode ser efeito dessa maior oferta”, sugere o analista.

Com o avanço da colheita, aumenta a oferta de café no mercado, o que reduz a pressão da demanda dos consumidores e, consequentemente, favorece a queda dos preços.

Esse efeito, aliás, também é uma consequência esperada do chamado tarifaço, caso os produtores brasileiros não consigam encontrar outros mercados para o café. Com as novas tarifas, o produto tende a ficar mais caro, o que pode levar os compradores americanos a repensarem suas aquisições.

“Com uma oferta maior do produto, a tendência é de queda nos preços”, avalia Gonçalves.

*Com informações da AgênciaBrasil