Economia
Embraer escapa de tarifa dos EUA e ações disparam
Empresa brasileira vê reconhecimento de importância estratégica após ser incluída na lista de exceções ao tarifaço de 50%

A Embraer foi oficialmente excluída da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, conforme a lista de quase 700 exceções divulgada pelo governo norte-americano. A medida abrange aeronaves, motores, peças e componentes de aviação, setores fundamentais para a fabricante brasileira, terceira maior do mundo.
Em nota, a Embraer destacou que a decisão representa “o reconhecimento da importância estratégica das atividades da empresa para Brasil e Estados Unidos” e reafirmou sua defesa por tarifas zero no comércio aeroespacial global.
“Apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes em um resultado positivo para os dois países”, afirmou a companhia.
Impacto econômico evitado
Na semana passada, a Embraer havia alertado que o tarifaço encareceria cada avião vendido aos EUA em cerca de R$ 50 milhões, tornando as vendas inviáveis. O prejuízo projetado até 2030 poderia alcançar R$ 20 bilhões.
Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), os 694 itens excluídos da ordem executiva representam US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras de 2024, o equivalente a 43,4% do total exportado para os EUA. Apenas o setor de combustíveis, com US$ 18,4 bilhões, superou o segmento de aeronaves, que faturou US$ 2 bilhões, metade em aviões leves.
Com a inclusão dos produtos na lista de exceções, as ações da Embraer subiram 10,93% nesta quarta-feira (30). A empresa, no entanto, segue sujeita a uma tarifa de 10% aplicada desde abril, que permanece em vigor até agosto.
Contexto do tarifaço
O presidente dos EUA, Donald Trump, justificou a elevação das tarifas alegando que o Brasil representa “uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional dos Estados Unidos”, equiparando-o a países como Cuba e Venezuela.
O documento cita o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, medidas regulatórias sobre plataformas digitais e decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes como exemplos de “abusos de direitos humanos” e de “intimidação politicamente motivada”.
Trump acusou Moraes de usar “autoridade judicial para perseguir opositores políticos e impor censura ilegal”, e afirmou que tais ações comprometem o Estado de Direito e as eleições presidenciais brasileiras de 2026.
