Economia

Índice de Confiança do Empresário de Maceió cai pelo quinto mês consecutivo

Resultado indica que a recuperação do fluxo de consumidores nas lojas tem sido impactada pelo aumento da inflação e da taxa de juros

Por Ascom Fecomércio 07/06/2022 15h03 - Atualizado em 07/06/2022 15h03
Índice de Confiança do Empresário de Maceió cai pelo quinto mês consecutivo
Capital alagoana confirma a tendência de baixa iniciada após quatro meses de relativa estabilidade, apresentada no final do ano passado - Foto: Divulgação/Fecomércio

Cinco meses de queda. Com 114,4 pontos, em maio, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de Maceió confirma a tendência de baixa iniciada após quatro meses de relativa estabilidade, apresentada no final do ano passado. De dezembro, quando registrou 128,8 pontos, até o quinto mês de 2022, a retração apontada é de 11,18%.

Apesar da redução da confiança, a pesquisa elaborada pelo Instituto Fecomércio Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), demonstra que o indicador ainda está acima da zona de satisfação, que é de 100 pontos. O último mês que o índice ficou abaixo desse patamar foi em maio de 2021, quando registrou 98,9 pontos.

Na comparação com abril (116,6 pontos), o ICEC caiu 1,8%. Esse recuo deixa o resultado obtido na capital alagoana abaixo da média do Nordeste(116,5 pontos) e também da média nacional (120,2 pontos). Para o coordenador do Instituto, Victor Hortencio, vale ressaltar que houve crescimento do índice em todas as regiões brasileiras, o que, ainda segundo o economista, indica que Maceió pode estar sentindo com maior intensidade o impacto econômico causado pela conjuntura de momento, que, com inflação e taxa de juros em alta, acaba refletindo tanto nos investimentos quanto no consumo.

Com a taxa Selic a 12,75% a.a. e a inflação (medida pelo IPCA) na casa dos dois dígitos, acima de 12% a.a., os subíndices do ICEC de maio indicam que a aquisição de crédito, a mecânica comercial das vendas e a renovação dos estoques em Maceió apresentam sinais de arrefecimento.

A maior retração foi percebida em “Intenções de Investimento”, com -4,5%, reflexo da queda de -11,3%, registrada no “Indicador de Contratação de Funcionários”, que faz parte de sua composição. Hortencio ressalta que essa contração pode ser consequência do saldo negativo de empregabilidade visto no estado como um todo, que, de janeiro a abril de 2022, perdeu 14 mil postos de trabalho devido ao período de entressafra das usinas de cana-de-açúcar.

Indicador relevante para mensurar o estágio de crescimento econômico no setor, “Condições Atuais do Empresário do Comércio” registrou recuo de -0,9%. O resultado foi significativamente impactado pelo subindicador “Condições Atuais do Comércio”, que obteve uma variação de -1,7%.

Diante do contexto de pressão por repasse de preços ao consumidor final, originada pelo aumento dos custos com insumos, “Expectativas dos Empresários do Comércio” apresentou queda de -0,7%, assim como o seu subindicador “Expectativa da Economia Brasileira”, com retração de -1%.

Hortencio acredita que os resultados de maio, que corroboram com a tendência de baixa no índice registrada desde o início do ano, podem ser percebidos como uma espécie de alerta, em se tratando da retomada econômica após as restrições impostas pela pandemia de Covid-19. “Apesar da recuperação do fluxo de consumidores nas lojas físicas, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio de Maceió continua caindo. E, embora o patamar ainda seja de otimismo, para o indicador voltar a se estabelecer acima dos 120 pontos, espera-se que haja a implementação de estímulos que ajudem a construir uma melhor percepção futura”, observa.