Cooperativismo

Júnior Benitez assume Cooperativismo em AL e quer políticas públicas integradas para o setor

Ex-professor da rede pública e com trajetória consolidada no setor assume cargo com a missão de ampliar o apoio a cooperativas e associações em todo o estado

Por Evandro Souza e Vinicius Rocha 30/04/2025 12h12 - Atualizado em 30/04/2025 15h03
Júnior Benitez assume Cooperativismo em AL e quer políticas públicas integradas para o setor
Junior Benitz, secretário de Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária - Foto: Reprodução

O alagoano Júnior Benitez, natural de Piaçabuçu, foi nomeado na última semana como novo gestor da Secretaria Executiva de Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária de Alagoas, vinculada à Sedics (Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Ex-professor da rede pública, Benitez tem trajetória marcada pela atuação no cooperativismo e agora assume o desafio de fortalecer o setor em um momento de expansão no estado.

Criada em 2023 pelo governo de Alagoas, a Secretaria do Cooperativismo é a primeira do tipo no Brasil e tem impulsionado políticas voltadas à inclusão social e econômica. Em entrevista ao Jornal de Alagoas, Benitez afirmou que pretende ampliar o apoio às cooperativas locais, integrando ações entre diferentes secretarias e esferas do poder público.

"Eu venho do serviço público, fui professor da rede pública e, em 2017, recebi o convite para entrar no mundo do cooperativismo. Quando conheci o cooperativismo a fundo, me apaixonei e acabei deixando o serviço público de lado para me dedicar a esse trabalho", revela o novo secretário.


Ele atuou como gerente de educação, à frente do Programa de Educação Cooperativista da Cooperativa dos Agricultores Familiares e dos Empreendimentos Solidários (Coopaíba), e presidiu Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Piaçabuçu .

Ele acredita que sua experiência e formação voltadas para a valorização das pessoas são elementos essenciais o desafio que vai encarar à frente da Secretaria.

Desafios e prioridades para o cooperativismo em Alagoas

Em fase de ambientação no cargo e estudando as necessidades do setor em Alagoas, Júnior diz que uma de suas tarefas prioritárias na gestão, é garantir representatividade ao maior número de cooperativas e associações possíveis junto ao governo. "Estamos, neste momento, buscando credenciar novas cooperativas que ainda não fazem parte do nosso cadastro ou de federações como a Unicafes. O foco é garantir que essas entidades se tornem representadas e integradas ao nosso sistema", explicou.

Após 8 anos à frente da educação cooperativista na Coopaiba, Benitz também destaca a importância de fomentar a educação cooperativista e associativista, além de incentivar o desenvolvimento sustentável das cooperativas e associações. "A nossa missão é unir as cooperativas, proporcionando uma troca de experiências entre elas, e fortalecer o desenvolvimento sustentável de cada uma delas. Também queremos garantir que essas entidades tenham acesso às políticas públicas do governo", completou.

O apoio do governo de Alagoas ao cooperativismo


Em recado direto ao setor em Alagoas, com o embasamento de quem esteve nas trincheiras do cooperativismo, Júnior celebra o entusiasmo diante da nova fase vivida pelo setor em Alagoas, que a partir do governo Dantas recebe atenção especial, inclusive com a criação de políticas públicas específicas para beneficiar este ramo da economia. Para o novo secretário, é importante que Alagoas desenvolva e políticas públicas integradas que beneficiem o cooperativismo.

“Num mundo onde as soluções socioeconômicas têm sido buscadas com muito imediatismo, também se faz necessário que se criem soluções inclusivas e sustentáveis e democráticas. Para mim a iniciativa de criar a secretaria hoje ela se revela essencial para o fortalecimento do cooperativismo e do associativismo. E a Secretaria entra com essa missão que valorize esse trabalho coletivo, que valorize a justiça social e valorize também a perpetuação da economia local, lá onde a cooperativa está inserida”, declarou Benitz.

Ele garante que vai buscar uma maior colaboração entre as secretarias estaduais. "Recentemente, segundo o gestor, a Secretaria do Cooperativismo discutiu com a Secretaria da Fazenda (Sefaz) a inclusão das cooperativas no programa da Nota Fiscal Cidadã, o que traria benefícios financeiros para as entidades. “Estamos aqui à disposição para vocês e buscando alternativas para que as refrações que ainda existem no cooperativismo sejam, pelo menos, mitigadas e solucionadas”, afirmou.

Futuro do cooperativismo em Alagoas


Com o segundo semestre de 2025 à frente, Benitz expressa suas expectativas para o futuro do cooperativismo em Alagoas. “A minha expectativa é que o cooperativismo se torne sustentável na comunidade onde ela está e que lá também possa contribuir para essa comunidade. Ela ser relevante na comunidade que está inserida. Então, a expectativa agora, no momento, é que todas as cooperativas sejam autossustentáveis a ponto de contribuir com a sociedade onde ela está inserida”, disse o secretário.

Para Benitez, a criação do cargo que hoje ocupa, mostra o comprometimento do governo estadual e reforça a importância do cooperativismo como força motriz da economia local.Quando questionado sobre a expansão do cooperativismo em Alagoas, Benitz acredita que é possível crescer de maneira sustentável. "Podemos expandir, enquanto fomentamos o crescimento das cooperativas que já existem", disse ele.

Ele faz o alerta, por exemplo, para as oportunidaes de crescimento que cooperativas de crédito podem ter em todo o estado, a partir do processo a desbancarização em pequenas cidades no interior, que retiram suas agências e deixam apenas uma representação comecial

“Essa vertente [cooperativismo de crédito] precisa ganhar uma ascensão maior, tendo em vista que a desbancarização das nossas cidades nos estados promovem uma exclusão muito grande, uma exclusão financeira, as cidades de pequeno porte elas não têm bancos. Se em toda, em cada cidade que foi desbancarizada, nós tivermos uma cooperativa de crédito, ou um banco comunitário, com certeza haverá uma inclusão financeira, circulação de capital e geração de rendas e novos investimentos para aquela comunidade”