Cooperativismo

Em ação, OCB/AL pede retomada de eleição por ter “adquirido imóvel”

Não é explicado em nenhum momento o quê teria sido adquirido pela entidade; Justiça determinou intervenção no Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado de Alagoas

Por Redação 28/04/2022 16h04 - Atualizado em 28/04/2022 17h05
Em ação, OCB/AL pede retomada de eleição por ter “adquirido imóvel”
Tribunal de Justiça de Alagoas, em Maceió - Foto: Reprodução

A atual direção do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado de Alagoas – OCB/AL entrou com um agravo de instrumento contra a decisão que suspendeu a eleição na entidade e nomeou um interventor, após as denúncias sobre o pleito.

No documento, que é endereçado ao desembargador presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, a defesa da presidência da OCB/AL diz que a decisão é política, afirma que não há provas de irregularidades no cadastro de novas cooperativas, que o juiz do caso foi “induzido a um erro” e que o Código de Processo Civil foi “rasgado com muita má-fé”.

Citando o próprio documento, na página 10 da ação, “Certamente o mm. Magistrado a quo incompetente foi induzido em erro. Não há um único dispositivo legal e uma única prova de qualquer irregularidade”. Não há como saber se o magistrado foi acusado propositalmente ou não, pois todo o texto contém vários erros de português, concordância e formatação.

Mas, dois pontos chamam atenção na ação. O primeiro, é que a própria defesa assume, na página 12, que existe uma irregularidade na participação na eleição para a Assembleia Geral da OCB/AL, das cinco cooperativas acusadas de terem sido registradas após o prazo legal. “Nesse ponto o réu pode até concordar para que o pleito seja realizado o mais rápido possível, lamentando a não participação democrática dessas referidas cooperativas”.

O outro ponto, é que uma das necessidades para se realizar rapidamente o pleito, é que a OCB/AL, segundo o texto da defesa da entidade, comprou um imóvel e estaria “sofrendo prejuízos a título de lucros cessantes”.

Porém, não é explicado que imóvel seria este. A redação do Jornal de Alagoas tentou contato, mais de uma vez, com a assessoria da OCB/AL, por telefone e e-mail e não obteve retorno. Na ação, não é explicado o que foi comprado, quanto custou, porquê a organização precisou adquirir um novo local e o que seria ou está sendo feito nele.