Ciência, tecnologia e inovação

Cientistas russos desenvolvem relógio atômico que pode mudar futuro da navegação

Equipamento de alta precisão possui propriedades que permitem cancelar erros causados por campos magnéticos e eletrofísicos

Por Sputnik Brasil 09/12/2025 17h05 - Atualizado em 09/12/2025 17h05
Cientistas russos desenvolvem relógio atômico que pode mudar futuro da navegação
Vladimir Putin - Foto: Reprodução / Sputnik Brasil

Cientistas russos anunciaram o desenvolvimento de um relógio atômico de alta precisão, capaz de aprimorar significativamente a navegação global. A informação foi divulgada nesta terça-feira (9) pelo presidente da Academia Russa de Ciências, Gennady Krasnikov, durante encontro com o presidente Vladimir Putin.

"São relógios atômicos ópticos baseados em átomos de túlio. Eles possuem propriedades que permitem cancelar erros causados por campos magnéticos e eletrofísicos. Alcançamos a mais alta precisão, de dez elevado a menos dezesseis potências", explicou Krasnikov a Putin.

Na reunião, Krasnikov apresentou um relatório detalhando as ações da entidade para impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico da Rússia. Entre as iniciativas, destacou-se o projeto do relógio atômico, conduzido pelo Instituto de Física Lebedev.

"Esses relógios são portáteis; podemos enviá-los para o espaço. O sistema GLONASS [Sistema Orbital Global de Navegação por Satélite], por exemplo, é atualmente duas ou três ordens de magnitude menos preciso. Se avançarmos com esse desenvolvimento, aumentaremos imediatamente a precisão do posicionamento em uma ordem de magnitude, alcançando padrão mundial", ressaltou o cientista.

Os relógios atômicos utilizam átomos resfriados de estrôncio. O núcleo desses átomos, protegido pela chamada "cobertura eletrônica" — formada pelos elétrons orbitando ao redor do núcleo —, é menos suscetível a interferências externas, tornando o equipamento muito mais preciso e confiável. Segundo os pesquisadores, o relógio poderia funcionar por bilhões de anos sem apresentar atrasos.

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