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Telescópio Gemini Sul revela nova imagem da 'Nebulosa Borboleta'

Registro feito no Chile destaca detalhes inéditos da formação bipolar e reacende interesse científico e estudantil

Por Redação 02/12/2025 19h07
Telescópio Gemini Sul revela nova imagem da 'Nebulosa Borboleta'
No coração da Nebulosa Borboleta está uma anã branca, núcleo quente e denso remanescente da estrela original - Foto: Reprodução/X

O telescópio Gemini Sul, localizado no Chile, registrou uma nova e detalhada imagem da Nebulosa Borboleta, também conhecida como NGC 6302. O registro, divulgado pelo NoirLab da Fundação Nacional de Ciência, chama atenção pela nitidez com que revela as extensas “asas” luminosas formadas por gás expelido há milhares de anos por sua estrela central. 

Situada na constelação de Escorpião, a nebulosa está entre 2.500 e 3.800 anos-luz da Terra — distância que corresponde a trilhões de quilômetros.

A escolha do objeto para observação partiu de estudantes chilenos, em comemoração aos 25 anos de operação do Observatório Internacional Gemini.
A iniciativa reacendeu o interesse de astrônomos profissionais e amadores e trouxe a nebulosa de volta ao centro das discussões científicas. A NGC 6302 é considerada um dos exemplos mais representativos de nebulosa bipolar, categoria caracterizada pela simetria em dois lobos opostos que se estendem a partir da estrela que as originou.

No coração da Nebulosa Borboleta está uma anã branca, núcleo quente e denso remanescente da estrela original. Antes de chegar a esse estágio, a estrela passou por sua fase de gigante vermelha, perdendo grandes quantidades de massa em ventos estelares irregulares.

Quando esse material é ionizado pela intensa radiação ultravioleta emitida pela anã branca, ele brilha em tons que variam conforme sua composição, como hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

Os avanços nos instrumentos de observação, como os do Gemini Sul, têm sido fundamentais para aprofundar o conhecimento sobre a NGC 6302.

As novas imagens revelam detalhes finos da interação entre gás e poeira, oferecendo pistas sobre a perda das camadas externas da estrela, o formato e a origem dos jatos, a possível atuação de campos magnéticos e até a influência de uma estrela companheira. Essa precisão permite mapear diferenças de densidade, velocidade e composição, além de testar modelos teóricos sobre a formação e a estrutura das nebulosas bipolares — e sobre o que dá forma às suas icônicas “asas”.