A dúvida sobre se o chocolate provoca espinhas acompanha gerações e continua dividindo opiniões. Para especialistas, a resposta mais correta é: depende. O impacto do consumo varia conforme os ingredientes do produto, a predisposição genética e o contexto alimentar de cada pessoa.

Segundo a dermatologista Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, adolescentes com maior tendência à acne podem ter o quadro agravado ao consumir grandes quantidades de chocolate ao leite ou recheado. Já o chocolate amargo, com maior concentração de cacau, apresenta menor risco e pode até trazer benefícios antioxidantes para a pele.

Estudos científicos publicados no International Journal of Dermatology apontam que alimentos com alto índice glicêmico, ricos em açúcar e gordura, favorecem a acne. Por outro lado, frutas, vegetais e ácidos graxos atuam como fatores protetores.

O cacau puro não está associado ao surgimento de espinhas. Pelo contrário, é considerado um aliado da pele, por conter flavonoides com ação antioxidante e anti-inflamatória, que ajudam na hidratação, luminosidade e proteção contra os danos dos raios UV.

Entre as opções, os especialistas recomendam:
• Chocolate amargo ou meio-amargo: acima de 50% de cacau, com menos açúcar e mais benefícios antioxidantes.

• Chocolate ao leite e branco: devem ser consumidos com moderação, pois concentram mais gordura e açúcar.

• Coberturas sem cacau: têm baixo valor nutricional e favorecem inflamações na pele.

• Chocolates com licor: podem agravar a acne e causar desidratação cutânea devido ao álcool.

A dermatologista Lilian Brasileiro alerta que o consumo exagerado pode gerar picos de glicose e inflamações. A recomendação diária é de cerca de 30g.

Por fim, ao notar o surgimento de acne, o ideal é procurar um dermatologista, que poderá indicar tratamentos adequados, como retinoides, ácido salicílico ou peróxido de benzoíla.