Ciência, tecnologia e inovação
Ambientalista alagoano cria ações de impacto para preservação da caatinga durante COP30
Natural de Delmiro Gouveia, Haroldo Almeida estabeleceu conexões com alguns dos maiores nomes em pesquisa climática da atualidade
O ambientalista Haroldo Almeida, natural de Delmiro Gouveia, se tornou importante voz do clima nordestino durante a maior conferência climática do mundo, a COP30, ocorrida em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro. Representando o bioma da caatinga, Haroldo participou de discussões, construção de conhecimento e troca de experiências com alguns dos maiores nomes no combate às mudanças climáticas do planeta, colocando o bioma em evidência e desenvolvendo ações para sua preservação.
Durante onze dias, Haroldo apresentou projetos e estabeleceu conexões fundamentais para trazer inovação a um dos biomas mais “esquecidos” do território nacional, mas que, ao mesmo tempo, é protagonista no enfrentamento das alterações climáticas no Brasil.
Integrante da Associação dos Produtores de Crédito Social do Bioma Caatinga e da Base de Apoio da Caatinga no Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, que atua na região de Paulo Afonso, Tacaratu, Delmiro Gouveia, e nos estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas, o ambientalista criou iniciativas ao lado de nomes como Paulo Nobre - conselheiro e pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - e André Trigueiro - um dos principais nomes do jornalismo ambiental do Brasil.
“A ideia é a gente levar o modelo de identificação de processo de absorção de carbono na Caatinga, que é um dos trabalhos que a gente está desenvolvendo, para dar visibilidade e colocar esse projeto para frente. No segundo dia, a gente fez um trabalho, apresentou uma atividade autogestionada, que apresentou um método brasileiro de identificação de carbono e vegetação nativa focado no semiárido. Foi um momento bem interessante, entrou no mapa das soluções globais” destacou Haroldo.
Haroldo também destacou o surgimento e planejamento de projetos durante debates e atividades realizadas na conferência, como um mutirão de preservação pelo Rio São Francisco, abrangendo a caatinga e todos os biomas abarcados pelo rio, organizado pelo ambientalista.

“No dia 13, a gente encontrou um dos enviados especiais da COP30, o Sérgio Xavier, que atualmente está também como coordenador do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, e a gente foi dialogando. A gente viu a ideia de criar um multirão pelo São Francisco e começamos a discutir como é que a gente poderia fazer isso, além de outras conversas técnicas. No dia 15 lançamos o projeto lá no stand do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio de São Francisco. Foi um dos pontos altos da minha participação na COP30”, destacou.
A presença de Haroldo na maior conferência climática do mundo garantiu visibilidade para o protagonismo social e econômico da caatinga, representando um passo importante para a preservação de um bioma que é fonte sustentável de renda e que agora possui iniciativas que figuram no Celeiro de Soluções, um repositório dinâmico de ações climáticas, desenvolvido em conjunto pela Presidência da COP30 e pela equipe de Campeões de Alto Nível para o Clima.
“Foi um momento muito importante que a gente a uniu, principalmente o discurso científico e também toda essa questão social. Foi uma ação muito importante. Nós colocamos três soluções e as três soluções ficaram entre as 30 soluções da COP30 da sociedade civil. E tudo isso feito com muito empenho”, concluiu.

*Estagiária sob supervisão

