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Cientistas observam pela primeira vez os estágios iniciais de uma supernova

Explosão de estrela com 15 vezes a massa do Sol revela formato incomum e desafia modelos científicos

Por Redação 13/11/2025 17h05 - Atualizado em 13/11/2025 17h05
Cientistas observam pela primeira vez os estágios iniciais de uma supernova
Cientistas observam pela primeira vez os estágios iniciais de uma supernova - Foto: ESO/L. Calcada/Divulgação via REUTERS

Pesquisadores registraram pela primeira vez os estágios iniciais da explosão de uma estrela massiva, fenômeno conhecido como supernova. O evento foi observado com o Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul, no Chile, e envolveu uma estrela com cerca de 15 vezes a massa do Sol, localizada na galáxia NGC 3621, a aproximadamente 22 milhões de anos-luz da Terra, na direção da constelação de Hidra.

A explosão foi detectada em 10 de abril de 2024, apenas horas após o astrofísico Yi Yang, da Universidade Tsinghua, desembarcar nos Estados Unidos. Ele solicitou imediatamente que o VLT fosse direcionado à supernova, permitindo que a equipe científica observasse o fenômeno apenas 26 horas após sua detecção.

O que os cientistas viram foi uma estrela cercada por um disco de gás e poeira em seu equador. A explosão empurrou o material para fora do núcleo, distorcendo sua forma até se parecer com uma azeitona em pé. Ao contrário do padrão esférico esperado, o material foi expelido por lados opostos da estrela.

Segundo Yang, a geometria da explosão fornece pistas valiosas sobre os processos físicos que levam à morte de estrelas massivas. O estudo foi publicado na revista Science Advances e sugere que alguns modelos atuais sobre supernovas podem estar equivocados.

A estrela observada era uma supergigante vermelha com cerca de 25 milhões de anos. No momento da explosão, seu diâmetro era 600 vezes maior que o do Sol. Parte da massa foi lançada ao espaço, e o restante provavelmente se transformou em uma estrela de nêutrons, segundo o coautor Dietrich Baade, do Observatório Europeu do Sul.

As observações capturaram o momento em que o choque da explosão atravessou a fotosfera da estrela, liberando uma quantidade imensa de energia e tornando a supernova visível. Esse estágio inicial é crucial para entender como a explosão é desencadeada no núcleo estelar.