Ciência, tecnologia e inovação

Governo reconhece pesquisa sobre tolerância do tomateiro à salinidade com Prêmio de Excelência Acadêmica

Estudo desenvolvido na Ufal investiga mecanismos genéticos que permitem o cultivo em solos afetados pelo sal, com novas perspectivas no semiárido

Por Redação* 21/10/2025 16h04
Governo reconhece pesquisa sobre tolerância do tomateiro à salinidade com Prêmio de Excelência Acadêmica
Para o doutorando Denisson Lima, descoberta é fundamental para orientar programas de melhoramento genético - Foto: Arquivo de pesquisador

A Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal) reforça o incentivo à ciência no estado ao premiar pesquisadores de destaque por suas publicações em periódicos científicos de grande impacto. Entre os agraciados com o Prêmio de Excelência Acadêmica está Denisson Lima, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), dedicado ao estudo do controle genético da tolerância à salinidade em tomateiros.

O estudo intitulado “O controle genético da tolerância à salinidade em tomateiro envolve um gene de efeito maior e poligenes associados” contribui para a compreensão dos fatores que possibilitam o cultivo de plantas resistentes em solos salinos. A temática é especialmente relevante para o Nordeste, região em que o uso de águas salobras na irrigação e a escassez de chuvas afetam a produção agrícola.

“Em locais com acúmulo de sais no solo, o crescimento das plantas é prejudicado e a produtividade diminui. Buscamos identificar os genes que conferem tolerância à salinidade, ajudando na seleção de plantas mais resistentes e adaptadas a essas condições”, explicou Denisson Lima.

A pesquisa apontou que a tolerância à salinidade não é definida por um único gene, mas pela combinação de um gene de efeito maior com diversos poligenes de menor impacto.

O pesquisador destaca que a descoberta é essencial para orientar programas de melhoramento genético: “Agora sabemos que a resistência depende da interação entre vários genes. Isso permite definir estratégias de seleção mais eficientes, especialmente entre 30 e 40 dias após o transplante das mudas”.

Com base científica sólida, será possível desenvolver novas cultivares de tomate mais produtivas e resistentes à salinidade, capazes de manter o rendimento agrícola em áreas afetadas pelo avanço da salinização do solo. Os resultados também podem beneficiar outros cultivos alimentares, contribuindo para a segurança alimentar em regiões vulneráveis.

O papel da Fapeal na valorização da ciência


Criado para reconhecer a produção acadêmica de alto nível publicada em periódicos classificados entre A1 e A4 no sistema Qualis da Capes, o Prêmio de Excelência Acadêmica da Fapeal busca estimular a publicação discente e fortalecer os programas de pós-graduação stricto sensu em Alagoas.

A iniciativa integra políticas de incentivo à consolidação da pesquisa científica e tecnológica, promovendo a qualificação da pós-graduação e reconhecendo os talentos locais.

Denisson Lima destacou que o apoio da Fapeal foi essencial para a execução do estudo: “O incentivo financeiro e institucional permitiu viabilizar os experimentos, publicar os resultados e participar de eventos científicos. Esse tipo de suporte é decisivo para o avanço da agronomia, especialmente onde ainda existem limitações estruturais”.

Ele reforçou ainda o impacto coletivo do prêmio: “Mais do que reconhecimento individual, a premiação evidencia a força da ciência produzida na Ufal e o papel da Fapeal em impulsionar a agricultura sustentável em Alagoas”.

Perspectivas futuras


Quanto ao futuro, Denisson pretende dar continuidade às pesquisas iniciadas no doutorado e acredita que o reconhecimento abrirá portas para novas colaborações.

“Os próximos passos envolvem aprofundar as pesquisas e buscar novas descobertas. O prêmio pode possibilitar colaborações com outros grupos e instituições. Em longo prazo, esses avanços podem resultar em variedades comerciais mais produtivas e resistentes, beneficiando agricultores que enfrentam desafios do semiárido”, concluiu o pesquisador.

*Com informações da Ascom Fapeal