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Mulheres com histórico de câncer de mama têm risco aumentado de desenvolver câncer de tireoide
Durante o Outubro Rosa, médica alerta para a importância do acompanhamento pós-tratamento e da atenção à saúde tireoidiana

Durante o Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, a médica cirurgiã de cabeça e pescoço Ana Carolina Pastl destaca um alerta importante: mulheres que já enfrentaram o câncer de mama apresentam risco aumentado de desenvolver tumores na tireoide.
Estudos apontam que esse risco é ainda maior entre pacientes mais jovens. Mulheres diagnosticadas com câncer de mama aos 40 anos têm 16% mais chance de desenvolver câncer de tireoide em comparação com a população geral. Aos 50 anos, esse percentual cai para 12%.
Segundo a especialista, essa correlação pode estar relacionada a fatores genéticos, hormonais e aos efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos. “Os cânceres de mama e de tireoide são sensíveis a hormônios. O estrogênio, por exemplo, tem papel importante no crescimento de certos tipos de câncer de mama e pode também influenciar o desenvolvimento de tumores na tireoide”, explica Ana Carolina.
Outro fator relevante é a exposição à radiação durante o tratamento. Pacientes que passam por radioterapia na região do tórax ou pescoço acabam recebendo uma dose considerável de radiação, o que representa um risco bem documentado para o desenvolvimento de câncer de tireoide.
Diante desse cenário, a médica reforça a importância do acompanhamento contínuo após o tratamento do câncer de mama. Ela recomenda o monitoramento regular da função tireoidiana, além de hábitos saudáveis como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e controle do peso. Visitas periódicas ao oncologista e ao endocrinologista também são fundamentais para garantir a saúde integral da paciente.
