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Mulheres são mais pessimistas sobre a IA do que os homens, diz estudo

Pesquisadores acreditam que as mulheres têm receio dos problemas existentes piorarem na sociedade

Por CNN Brasil 29/07/2025 18h06
Mulheres são mais pessimistas sobre a IA do que os homens, diz estudo
Segundo pesquisa, mulheres estão pessimistas em relação aos impactos negativos sobre problemas existentes - Foto: Freepik

Uma pesquisa indica que as mulheres são 2,2 vezes mais pessimistas em relação aos impactos da inteligência artificial do que os homens.

O estudo – feito pela organização sem fins lucrativos Seismic Foundation – ouviu 10.122 pessoas de cinco países (França, Alemanha, Polônia, Reino Unido e Estados Unidos) através de questionários on-line, entre 16 e 23 de junho de 2025. Os dados foram divididos entre as seguintes variáveis: gênero, idade, região, escolaridade, etnia e último voto.

As pessoas ouvidas tiveram que responder se acreditam que a IA mudaria alguns aspectos para melhor ou para pior nos próximos cinco anos. Em todos os tópicos, mais homens responderam de maneira positiva do que as mulheres.

Segundo os pesquisadores, essa diferença na percepção relacionada ao gênero provavelmente está ligada à experiência, já que as mulheres costumam ser as mais afetadas por problemas já existentes que podem piorar com o avanço da IA – como os deepnudes ou o aumento no desemprego.

Uma pesquisa recente da Organização Internacional do Trabalho aponta que os trabalhos majoritariamente ocupados por mulheres, como os administrativos, serão os mais afetados pela inteligência artificial no futuro.

Quanto menor a renda, maior o pessimismo

Outro fator que influencia a percepção sobre inteligência artificial é a renda. A pesquisa da Seismic Foundation também observou que as pessoas de classes mais baixas expressaram maior preocupação com o avanço da IA do que as pessoas de classes mais altas.

Enquanto as preocupações de classes mais altas em relação à IA estão relacionadas a temas específicos, como privacidade, vigilância e confiança eleitoral, as classes mais baixas se preocupam de maneira mais geral, como o impacto da tecnologia na sociedade e na economia global.

Ao serem perguntados sobre como acham que a inteligência artificial vai impactar a vida de seus filhos, o mundo, a vida de grupos minoritários e a saúde mental das pessoas, as pessoas com baixa renda foram mais pessimistas que as de alta renda em todas essas categorias. A maior diferença na percepção foi registrada na pergunta sobre o futuro de seus filhos.

Os resultados enfatizam o medo de que a IA pode acentuar as desigualdades sociais, impactando diferentes grupos sociais de maneira distinta.