Reforma Tributária deve aumentar a carga de impostos para boa parte dos setores, afirma advogada Dra. Renata Bilhim
Ela acende um alerta máximo para o setor de serviços
A Reforma Tributária, implementada pela Emenda Constitucional 132, inaugura uma das mudanças mais profundas já realizadas no modelo de tributação brasileiro. A substituição de ICMS, ISS, PIS e Cofins pelo IVA dual, composto pelo IBS e pela CBS, promete simplificação, mas traz uma redistribuição intensa da carga tributária entre setores.
Para a advogada tributarista Renata Bilhim, ex-Conselheira do CARF, professora em diversas pós-graduações e especialista em planejamento fiscal, a reforma não é neutra e deve aumentar a carga para muitos segmentos.
Renata afirma que o novo desenho do IVA tende a gerar estabilidade para alguns setores, mas provoca aumento relevante de carga para outros. Segundo a especialista, esse movimento será mais evidente no setor de serviços, que possui baixa tomada de créditos e forte intensidade de mão de obra. A tributarista ressalta que haverá mudanças profundas nos custos, na precificação e na margem das empresas, especialmente entre profissionais liberais, consultorias, tecnologia, educação, saúde privada e comunicação.
Indústria e comércio não são ganhadores garantidos
Embora alguns discursos apontem a indústria e o comércio como setores beneficiados, Renata reforça que o resultado dependerá da estrutura de cada empresa.
Na análise da tributarista, a indústria pode ter ganhos em cadeias longas que acumulavam créditos e enfrentavam dificuldade de compensação, mas há segmentos industriais que não terão ganho algum e outros que podem inclusive experimentar aumento de carga em razão da uniformização das alíquotas.
No comércio, o cenário também não é uniforme. O setor pode ganhar previsibilidade, mas a margem real dependerá do fluxo de créditos, da relação com fornecedores, do modelo de armazenagem e do tipo de cadeia em que está inserido. Renata destaca que a reforma não traz benefício automático para todos e que será necessário analisar caso a caso.
Serviços continuam como o setor mais pressionado
Renata explica que o setor de serviços é o que mais exige atenção e cautela.
O aumento da base de incidência e a limitação prática de créditos devem elevar significativamente a carga para empresas intensivas em mão de obra. Isso deve ocorrer mesmo nos segmentos que hoje contam com regimes especiais ou com alíquotas reduzidas no modelo atual.
Renata afirma que a pressão tributária deve alterar modelos de negócio, margens, precificação e competitividade, especialmente entre escritórios de advocacia, saúde, educação, consultorias, tecnologia, marketing, comunicação e serviços corporativos em geral.
Estados dependentes de incentivos fiscais podem perder atratividade
A revisão dos regimes especiais e a limitação de incentivos estaduais devem impactar diretamente o agronegócio e setores regionais. Renata explica que estados que construíram competitividade com base em benefícios fiscais podem sofrer perda de investimentos e realocação de operações ao longo da transição.
Período de transição será o maior risco para empresas
Entre 2026 e 2033, as empresas conviverão com o sistema antigo e o novo. Renata destaca que essa etapa será o verdadeiro divisor de águas e que muitas empresas poderão aumentar a carga indevidamente simplesmente por erros operacionais.
Segundo a tributarista, os riscos mais comuns incluem tomada incorreta de créditos, classificação equivocada de bens e serviços, parametrização inadequada de sistemas, falhas de compliance e ausência de diagnóstico tributário consistente. Renata explica que erros cometidos nos primeiros anos da reforma podem gerar autuações de alto valor, além de perda de margem e perda de competitividade.
Sobre Renata Bilhim
Renata Bilhim é advogada tributarista, ex-Conselheira do CARF, professora convidada de pós-graduação em instituições como FGV, PUC, Ibmec, USP ESALQ e outras. É referência nacional em Reforma Tributária, planejamento fiscal estratégico, reorganizações societárias e defesa em autos de infração complexos.
Atua há mais de vinte e cinco anos assessorando empresas nacionais e multinacionais na gestão de riscos, modelagem tributária, governança fiscal, consultivo estratégico e contencioso administrativo. É autora e coautora de diversas obras, palestrante, empresária e líder do ecossistema Bilhim, que integra educação, consultoria, eventos corporativos e networking de alto impacto. É reconhecida pelo mercado como uma das vozes técnicas mais sólidas e atualizadas na aplicação prática da Reforma Tributária no Brasil.
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Instagram: @renatabilhim
João Costa é Jornalista, Assessor de Imprensa, é Membro da API (Associação Paulista de Imprensa), é "Prêmio Odarcio Ducci de Jornalismo, é "Prêmio de Comunicação pela ABIME – Associação Brasileira de Imprensa de Mídia Eletrônica, Digital e Influenciadores, é Prêmio Iberoamericano de Jornalismo, é Referência em Comunicação pela Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação – ANCEC, tem reconhecimento por Direitos Humanos pelo Instituto Dana Salomão e Menção honrosa do Lions Clube Internacional- Rio do janeiro. Teve participação ativa em eventos da Embaixada do Gabão no Brasil em Brasília, tendo inclusive, sido intérprete de discurso a convite do Embaixador do Gabão no Brasil, em jantar beneficente, com a presença do Vice-Presidente da República Federativa do Brasil. O mesmo possui participação em workshops, webinars, congressos e conferências.

