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IPREV: Vereador teme por dinheiro dos aposentados aplicado em um fundo do Banco Master

Enquanto Rui Palmeira questiona, Kelmann Vieira defende prefeito e correção do investimento

Por Romero Vieira 20/10/2025 22h10
IPREV: Vereador teme por dinheiro dos aposentados aplicado em um fundo do Banco Master
Rui Palmeira questiona aplicação de dinheiro dos aposentados e pensionistas de Maceió - Foto: Reprodução

O embate na Câmara de Maceió confronta, como esperado, forças antagônicas: Rui Palmeira, principal nome da oposição, e Kelmann Vieira, líder da gestão municipal, Um questiona em tom de acusação, outro nega e defende o prefeito João Henrique Caldas. O repto tem como mote uma aplicação milionária, autorizada pela Prefeitura, destinando recursos do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos da capital (IPREV) a um fundo financeiro do Banco Master.

Trata-se de um episódio atípico envolvendo uma gestão pública e conduz às seguintes indagações: Quanto está em jogo? Há risco de perda do dinheiro? Quem é o responsável? O vereador Rui Palmeira levou o caso ao plenário da Câmara denunciando que, sob autorização do prefeito, o comando do IPREV aplicou R$ 117 milhões em um fundo financeiro do Banco Master.

O caso veio à tona na semana passada e, em meio à repercussão na mídia e redes sociais, já teve um desdobramento grave: na quinta-feira (18) a Prefeitura exonerou todos os servidores do Instituto de Previdência em questão, medida repentina e surpreendente, sobretudo porque o vereador Kelmann Vieira, líder da situação, defende e isenta a gestão e garante que não existe nada de anormal envolvendo a grana do IPREV.

Ex-deputado federal e ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira aproveita o episódio para questionar o prefeito JHC citando um ponto delicado: "Os recursos aplicados pertencem aos aposentados e pensionistas do Município, e o prefeito precisa esclarecer onde estão os mais de 100 milhões de reais".

Tratado como 'escândalo financeiro' por setores críticos do gestor maceioense, o caso assumiu dimensão preocupante depois que o

Banco Central resolveu impedir a venda de parte do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB), uma decisão que deixou muitos fundos de pensão 'expostos ao risco de calote', entre eles o IPREV de Maceió. 

Para expor a gravidade da situação, Rui Palmeira traz mais duas informações pertinentes:

1 - O dinheiro do IPREV foi aplicado em letras financeiras sob orientação da operadora Crédito e Mercado Consultoria de Investimentos, empresa investigada pela Polícia Federal por envolvimento em um rombo de R$ 400 milhões no fundo previdenciário da Prefeitura de Campos dos Goytacazes (RJ)

2 - O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro proibiu o Rioprevidência de realizar investimentos em fundos administrados pelo Banco Master, considerando os riscos que envolvem os recursos direcionados a essa instituição bancária.

Líder do prefeito, Kelmann Vieira isenta JHC e defende a operação do IPREV salientando que informações sobre o Fundo e o investimento estão disponíveis em relatórios públicos e que os aportes seguem normas do Banco Central e do mercado financeiro. “Tudo foi feito de forma legal, segura e clara”, diz.

Não há - e isso deve ficar bem claro - nada revelado e provado contra o prefeito JHC. O que existem são as manifestações de Rui Palmeira e Kelmann Vieira. Portanto, é aguardar os desdobramentos e eventuais consequências.

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Sobre o blog

Iniciou-se no Jornalismo como redator do Diário de Pernambuco. Foi editor do Diário da Borborema (PB) e do Jornal de Alagoas. Exerceu os cargos de secretário de Comunicação da Prefeitura de Maceió e do Estado de Alagoas.

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