Verbete recorrente de Wendel Palhares tem potencial para transformar a sociedade
Secretário de Comunicação defende emprego da empatia para 'um viver a situação do outro'

Desde que assumiu a Secretaria de Comunicação, em janeiro último, o jornalista Wendel Palhares tem procurado acionar sua equipe para auxiliar o Governo na busca de resoluções para problemas e conflitos de natureza diversa, inclusive questões na área de segurança, mas sua atuação tem se caracterizado, marcadamente, pelo uso recorrente de um verbete com amplo e profundo significado: empatia.
Em abril, após descrever o gerenciamento de uma crise envolvendo uma paciente do Hospital Geral do Estado, em Maceió, Palhares proclamou: “Mostramos como o Governo pode fazer uma gestão de crise baseada na empatia, ouvindo e sendo transparente. A comunicação é ferramenta dessa empatia, ferramenta para entender a dor do outro e comunicar bem."
Após outro episódio, um ato de vandalismo contra um ateliê situado na Ponta Verde, o secretário aproveitou um Workshop de Comunicação Política para relatar a intervenção da Secom em face de uma acusação dirigida ao Governo, e definiu que sua Secretaria atua sobre três pilares: empatia, respeito e responsabilidade, portanto, valores que devem nortear a comunicação pública em momentos de crise.
Respeito e responsabilidade, naturalmente, mas é a empatia que, efetivada com acerto, permite que uma pessoa entenda o sentimento e as reações de outra e, com pleno conhecimento de causa, concorra para superar um incidente de qualquer gravidade.
Pois empatia é isso, é você se colocar no lugar de alguém, entender o que se passa com essa pessoa - suas motivações, seus desafios, suas razões, seu desespero - e, por meio de transposição, usar a psicologia, a vontade de agir e ferramentas disponíveis (sobretudo a palavra, o convencimento sem arrogância nem empáfia) para conter ânimos exaltados e, desse modo, evitar danos incidentais.
A empatia tem o poder de curar relacionamentos desfeitos, derrubar preconceitos, nos fazer pensar em nossas ambições e até mesmo mudar o mundo - diz o filósofo e historiador cultural Roman Krznaric ao ensinar que, ao contrário do que pensamos, não somos eminentemente autocentrados, "pois nosso cérebro é equipado para a conexão social".
Em seu livro 'O Poder da Empatia', o escritor a descreve precisamente como "A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo".
Com experiência adquirida por meios de pesquisas que lhe consumiram 11 anos de vida, o pensador sugere que "devemos desenvolver a empatia ensinando ao mesmo tempo como é simples praticá-la". Como se vê, receita pronta e acabada ao alcance de todos.
Decerto não se deve supor que onde ocorrer o emprego da empatia os problemas deixarão de existir. Não deixarão, até porque há uma questão de ordem e se assim fosse a empatia se tornaria desnecessária.
No entanto, com responsabilidade, comunicação e compreensão pode-se estabelecer um ambiente de harmonia a serviço da convivência social, mesmo sabendo-se que as crises e conflitos pessoais - produto, em última análise, da própria natureza e diversidade humanas - sempre haverão de irromper em toda parte, exigindo pronta e eficaz intervenção de pessoas empáticas, com natural espírito de conciliação, a exemplo do próprio jornalista Wendel Palhares.