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JHC disputará mandato de senador, se o acordo firmado em Brasília não vingar

Prefeito priorizou tia como ministra e contou com apoio decisivo de Renan Calheiros

Por Blog do Romero 21/08/2025 12h12
JHC disputará mandato de senador, se o acordo firmado em Brasília não vingar
Se acordo de Brasília falhar, JHC disputará vaga de senador - Foto: Reprodução

Mediado pelo presidente Lula para pacificar o quadro político alagoano, com definição de candidaturas majoritárias para 2026, o chamado ‘acordo de Brasília’ não engessará o processo eleitoral em Alagoas, ainda que seja cumprido à risca, o que tem sido posto em dúvida por analistas e observadores políticos.

Como amplamente divulgado, definiu-se que Renan Filho (MDB) concorrerá ao governo, enquanto Renan pai (também MDB) e Artur Lira (PP) disputarão as duas vagas de senador.

De sua parte, por haver concentrado esforços objetivando a nomeação de sua tia Marluce Caldas para o cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça, o prefeito João Henrique Caldas aceitou permanecer na Prefeitura até o final do mandato em 2028.

O acerto sacramentado perante o presidente da República define posições, é verdade, mas não impede que outros líderes políticos participem do embate eleitoral, inclusive concorrendo à sucessão estadual e às duas cadeiras do Senado.

Assim, nomes ‘independentes’ como o do deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil) e do ex-estadual Davi Davino Filho (Republicanos) são mencionados como possíveis candidatos às majoritárias – o primeiro sairia para o governo do Estado e o segundo, para a Câmara Alta.

Davi Filho já disse que o mandato senatorial será o foco de sua participação no processo eleitoral do próximo ano, não importando se fará ou não dobradinha com um concorrente ao governo. E aqui vale lembrar: sem mandato, Davi perderá tempo, mas não cargo, se não se eleger.

Alfredo Gaspar, contudo, tem o mandato de federal em jogo e, com a experiência adquirida, sabe que está diante de uma obviedade: ficando fora da eleição, JHC fortalecerá ainda mais a candidatura de Renan Filho à sucessão de Paulo Dantas.

A propósito, pesquisa recente do Instituto Falpe (só em Maceió) mostrou JHC em primeiro e Gaspar em segundo, para governador, mas não apontou como a disputa ficaria sem o prefeito maceioense concorrendo e apoiando o nome de Renan Filho, tendência mais do que natural por força do acordo de Brasília.

Importa assinalar que, além de improvável, pelo que se tem ouvido do próprio Alfredo Gaspar, a candidatura do ex-secretário de Segurança ao governo só motivaria apoio incondicional de Artur Lira, o federal que deseja ser senador, mas não tem um ‘nome seu’ para compor uma dobradinha disputando o governo.

Conclui-se, por aí, que Lira seria o grande interessado em ter Gaspar participando do jogo sucessório estadual, até porque se veria livre de um fortíssimo concorrente ao Senado. Mas o herdeiro político de Biu de Lira também sabe que, ‘apesar de tudo’, o cenário resultante do acerto firmado no DF não o impede de se compor e apoiar o projeto de Renan Filho para governador...

Oportuno anotar que o prefeito JHC tem plena consciência do papel que cada um desempenhou junto ao presidente Lula para a escolha de Marluce Caldas como ministra do STJ. Ou seja: Artur Lira também apoiou e pediu, é fato, mas falou o político, simplesmente. De Renan pai, porém, Lula ouviu e atendeu apelo de um amigo, aliado e velho correligionário.

Pelo que se sabe e por colocar em sério risco o mandato conquistado em 2024, JHC não renunciará para tentar o governo já em 2026, mas não se pode dizer o mesmo se, por algum motivo, o compromisso com o acordo de Brasília erodir e o cavalo rumo ao Senado passar diante dele selado e ainda mais ‘amansado’ pelo senador Renan Calheiros.

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Sobre o blog

Iniciou-se no Jornalismo como redator do Diário de Pernambuco. Foi editor do Diário da Borborema (PB) e do Jornal de Alagoas. Exerceu os cargos de secretário de Comunicação da Prefeitura de Maceió e do Estado de Alagoas.

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