Enquanto Jair Bolsonaro é mantido em prisão domiciliar e já tem data para ser julgado no processo da trama golpista, governadores aliados se assanham, ignorando o líder, e um deles – Romeu Zema, de Minas Gerais – acaba de se lançar (pré) candidato à presidência em 2026.

Também de olho no Palácio do Planalto, Tarcísio Freitas (Republicanos) de São Paulo, Ronaldo Caiado (União Brasil) de Goiás, e Ratinho Jr. (PSD) do Paraná já se proclamaram pretendentes ao cargo presidencial hoje ocupado por Lula.

Mas a reação veio instantânea e pesada: o vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Messias, disse neste domingo (17) que governadores de direita “agem como ratos e oportunistas” enquanto tentam herdar o espólio político de seu pai, que está inelegível.

E não só Carlos reagiu. Sua declaração, postada no X (antigo Twitter) foi compartilhada pelo seu irmão Eduardo Bolsonaro, o deputado federal que se mandou para os Estados Unidos e, de lá, conspira contra o próprio país induzindo o governo de Donald Trump a lançar ameaças contra autoridades brasileiras e a adotar tarifaço para prejudicar o Brasil.

• A verdade é dura: todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder e não são em nada diferentes dos petistas que dizem combater. Limitam-se a gritar ‘fora PT’, mas não entregam liderança, não representam o coração do povo. Querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética”, afirmou Carlos.

Considerado o filho ‘cerebral’ do ex-presidente, Carlos Bolsonaro foi além em seu ataque aos governadores de direita: “Isso é desumano, sujo, oportunista e canalha. Não existe outra forma de qualificar tais atitudes. Fingem que vão resolver algo, falam em indulto para os perseguidos da falsa trama golpista, mas depois se escondem atrás da ‘prudência e sofisticação técnica’, lavam as mãos e seguem seus governos como se nada tivesse acontecido. Alegam ter feito sua parte, mas não passam de cúmplices covardes”.

Denunciado como principal articulador da tentativa de golpe de estado que culminou com os atentados do 8 de janeiro de 2023 e, segundo as investigações, não derrubou o governo Lula devido à reação dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, Jair Bolsonaro está inelegível até o ano de 2030 e seu espólio – eleitorado fiel e seguidores – é disputado por políticos que se dizem aliados e 'amigos leais' do ex-presidente.