Renan Filho candidato à presidência da República? Por que não, se, lá atrás, com menos densidade política e quase nenhuma projeção, Fernando Collor disputou o Planalto... e se elegeu? Mas, calma lá. O nome do ministro Renan Filho volta a ocupar espaço no noticiário sobre a sucessão presidencial de forma apenas especulativa e também porque o presidente Lula, aqui e ali, tem usado o condicional “se eu não sair candidato à reeleição”...

O nome do atual ministro dos Transportes e ex-governador de Alagoas figura na lista de presidenciáveis desde o processo sucessório de 2022, quando o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, defendeu que o alagoano se lançasse candidato ao Planalto, o que de fato teria acontecido se Lula não houvesse se livrado do processo da Lava-Jato.

O cenário da sucessão presidencial em 2026 está povoado de ‘nomes novos’ se dizendo concorrentes, principalmente no âmbito da direita bolsonarista, a exemplo de Ronaldo Caiado, governador de Goiás, e Ratinho Júnior, governador do Paraná, mas nenhum tem a projeção nacional conquistada pelo alagoano Renan Filho.

Não significa, entretanto, que o comando nacional do MDB esteja mobilizado para fazer de RF o próximo postulante à presidência, mesmo porque a aliança emedebista com o PT prioriza a eleição do presidente Lula para seu quarto mandato presidencial.

Lula trabalha com a expectativa de viabilizar sua permanência no Planalto por mais quatro anos, a partir de janeiro de 2027, e vem atuando com a convicção de que seus índices de aprovação vão melhorar gradualmente, sobretudo com o emprego em alta, inflação sob controle e preços dos alimentos estabilizados. Portanto, é visto como ‘candidatíssimo’ à reeleição.

Renan Filho, por sua vez, se consolida como principal nome para a disputa sucessória em Alagoas contando com o apoio do governador Paulo Dantas, do senador Renan Calheiros, do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor e do presidente Lula. Lembrando que o projeto do MDB é apoiado por cerca de 90 prefeitos, centenas de vereadores e mais de 20 deputados estaduais. Trata-se do bloco político mais poderoso de Alagoas nas últimas três décadas.

Sob o comando de Renan Calheiros (já definido como postulante à reeleição), o MDB também vive a expectativa de viabilizar uma composição com o prefeito João Henrique Caldas, que poderia disputar a segunda vaga de senador, encaminhando sua mãe Eudócia Caldas (atual senadora ocupando a vaga deixada por Rodrigo Cunha) para buscar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Assim, a chapa majoritária do bloco governista ficaria com Renan Filho concorrendo ao governo junto com Renan pai e o prefeito JHC disputando as duas vagas do Senado.

O senador Renan já sinalizou que a decisão, nesse sentido, cabe ao próprio prefeito, que parece preocupado em ‘ganhar tempo’ para manter a coesão e a dinâmica de sua equipe de governo, tendo em vista que, pela legislação, ele poderá seguir no cargo até abril de 2026. Ademais, estaria aguardando a nomeação da tia Marluce Caldas como ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que tem esperado conseguir com o empenho pessoal de Renan Calheiros junto ao presidente Lula.