Renan Filho, atual ministro dos Transportes, é potencial candidato ao governo de Alagoas, em 2026, desde que, no início de abril de 2022, renunciou ao cargo de governador para concorrer - e conquistar – a única vaga de senador em disputa naquele ano.

Sua sucessão na Assembleia Legislativa não foi tranquila: o vice-governador Luciano Barbosa havia desistido de assumir, e como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor, também abriu mão do cargo, o plenário da ALE acabou elegendo Paulo Dantas, isso depois de muita carga da oposição para, na Justiça, tentar impedir o processo sucessório.

Durante a vacância do cargo, o governo foi exercido pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Klever Loureiro, a quem coube convocar eleição indireta para o ‘mandato tampão’ conquistado pelo deputado Paulo Dantas, tendo como vice o cardiologista José Wanderley Neto (atual deputado estadual). Exceto o desembargador Loureiro, todos os personagens já citados são filiados ao MDB.

Com uma gestão altamente positiva para Alagoas, em dois mandatos sucessivos, livre de qualquer tipo de acusação ou denúncia, Renan Filho credenciou-se muito cedo para voltar ao Palácio República dos Palmares, graças a um projeto de governo focado no controle das finanças, na execução do maior volume de obras da história do Estado, na efetiva priorização de setores vitais como segurança, saúde e educação e, também, na criação de programas sociais de grande abrangência, isso sem falar no tratamento especial dedicado ao funcionalismo público.

Sua eleição para o Senado em 2022, descrita por alguns observadores políticos como um ‘passeio’, em vez de uma árdua campanha eleitoral, ecoou como reconhecimento dos alagoanos ao trabalho realizado no governo entre 2015 e 2022.

E o projeto acabou se potencializando com a ida para o Ministério dos Transportes, em cujo comando ganhou visibilidade nacional e se projetou inclusive como um dos nomes para compor a chapa presidencial em caso de reeleição do presidente Lula.

O trabalho na chefia do Executivo estadual bastaria para impulsionar sua nova candidatura ao governo, mas o contexto político alagoano impõe lembrar que Renan Filho contará com o apoio mais de 90 prefeitos e vice-prefeitos, mais de 400 vereadores (estes eleitos apenas pelo MDB), 23 dos 27 deputados estaduais, parte da bancada federal, o presidente Lula e, no comando de uma ampla frente partidária, o senador Renan Calheiros, presidente regional do MDB e um dos nomes mais influentes do Congresso Nacional.

Além de tudo isso, o plano político de Renan Filho se dimensiona com o apoio do governador Paulo Dantas, cuja gestão se desdobra na continuação das ações empreendidas antes da eleição indireta e em um formidável conjunto de políticas públicas traduzidas em obras que beneficiam todas as regiões do estado, assim como em programas sociais que atendem o conjunto da população alagoana.