Jorge Vieira

Brasil: um Titanic afundando

10/03/2022 09h09
Brasil: um Titanic afundando
Ilustração representativa do naufrágio do Titanic - Foto: Getty Images/Reprodução

Um país chamado Brasil, de dimensão Continental, com uma população de cerca de 210 milhões, levantou a autoestima do povo nas duas primeiras décadas do XXI, com superávit da balança comercial, geração de emprego e renda em patamares de nação desenvolvida, inserção de filhos de trabalhadores na universidade, formação técnica, moradia, transporte, melhoria na qualidade de vida da maioria, enfim, criou expectativas e sonhos na classe média e baixa.

O quadro de satisfação da maioria provocou a ira da minoria encastelada no andar de cima, a denominada elite brasileira subserviente dos interesses do capital internacional, instalada na Avenida Paulista. A classe média, acreditando fazer parte do mesmo condomínio, atendeu aos afagos e lamentações dos moradores de cima, acabou caindo no encanto do “patinho amarelinho” e foi protestar contra sem-terra, bolsa família, aposentadoria, impeachment da presidente Dilma, prende o principal líder opositor, o ex-presidente Lula, tudo sob o manto de combate a corrupção. Feliz e radiante!

E os resultados dos protestos? Em sequência: deposição da presidente eleita democraticamente, aprovação da Proposta de Emenda Constitucional para limitar os gastos com o serviço publico (salário, saúde, educação, estrada, moradia, água, esgoto) e Reforma Trabalhista, e, de quebra, para consolidar o projeto das elites, eleger o presidente que atendesse aos seus interesses. Tendo no ex-governador Geraldo Alckmim como candidato dos sonhos, frustra-se por não ter decolado nas pesquisas, alia-se ao candidato da extrema-direita, com o slogan “Bolsodoria”.

O pacto fechado, Bolsonaro é eleito presidente do Brasil. O sonho virou pesadelo e o início do purgatório da classe média: perda salarial, pesadelo de não decolar para Europa e Estados Unidos, Reforma da Previdência, Plano Saúde, aumento do preço da carne vermelha, aumento dólar, dentre outros.

No andar de baixo, explode a aflição: desemprego, fim das garantias trabalhistas e da previdência social, aumento do trabalho informal e precarizado, desmatamento, desassistência social, sucateamento das universidades públicas.

Como consequência, o Brasil atola-se numa profunda crise política social, política e econômica sem precedente em sua história, navegando em águas turvas e perigosas conduzido por um comandante que aciona os motores para aumentar ainda mais as ondas. Com tanta turbulência em volta, e alimentada pela incapacidade de quem conduz não se sabe onde vai chegar: parte da população a bordo esperneia, outra parte apela para forças extraterrestres, enquanto a grande maioria se encontra em estado obnubilado.

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Sobre o blog

Jorge Vieira- Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, Universidade Federal de Alagoas (UFAL); Formação Acadêmica em Filosofia (FJP/RJ) e Teologia (PUC/RJ); Mestrado em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB/MS); Doutorado em Letras e Linguística pela Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas) e pela Université Stendhal Grenoble 3 (França). Membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI/CNBB); Professor Titular do Centro Universitário Cesmac nos cursos de Direito e Medicina; Professor de Direito Enfermagem na Faculdades Cesmac do Sertão; Professor de Direito na Faculdade do Agreste. Conferido o Prêmio Mérito Acadêmico CESMAC e o Prêmio Oscar de Cultura Alagoana; Diretor Geral de Atividades Legislativas, Contador Geral da Câmara de Vereadores de Maceió e Diretor-Presidente da Agência de Fomento do Estado de Alagoas (DESENVOLVE); Membro do Núcleo Docente Estruturante do Curso de Jornalismo CESMAC e do Colegiado do Curso de Graduação em Publicidade e Propaganda CESMAC; Membro do Núcleo Docente Estruturante do Curso de Direito do Centro Universitário CESMAC. Professor do Mestrado Análise de Sistemas Ambientais do CESMAC e Mestrado em Direito do Centro Universitário Cesmac. Coordenador do Núcleo Acadêmico Afro e Indígena (NAFRI/CESMAC); Coordenador da Revista NAFRI-DH. Tem experiência profissional em Gestão, Comunicação Social, Antropologia, Assessoria Parlamentar e Teoria Política.

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