Adalberto Souza

CULTURA

5 Árias para gostar de Ópera

05/05/2020 14h02

 

Algumas pessoas ainda consideram a ópera um gênero musical chato, onde cantores aos berros declamam dramas intermináveis. Músicas para estourar os ouvidos. Essa semana trago 5 motivos que comprovam que essas pessoas estão absolutamente erradas. Provo por ária + ária que existe todo um mundo de paixões, intrigas, amores impossíveis, delicadeza e força impregnadas tanto nas interpretações quanto na música em si. Entendendo por ária a parte da música de uma ópera composta para ser cantada ou recitada por somente uma pessoa.

A ópera desperta acaloradas paixões e sabendo disso saliento que a escolha é puramente minha e a ordem escolhida não significa preferência por essa ou aquela ária. Todas podem ser facilmente encontradas em qualquer aplicativo de reprodução de vídeos ou músicas. Confiram e bom divertimento!

1 – “Casta Diva”

NORMA – Vicenzo Bellini (1801 – 1835) – Milão, 1831

            Norma é uma tragédia em 3 atos. Apresenta uma sacerdotisa druida, na época da ocupação da Gália pelos romanos. Secretamente tem um romance com um ocupante estrangeiro, com isso coloca em risco todo seu povo. A ária é uma oração pagã que Norma dirige à lua, na qual pede que essa acalme os espíritos revoltosos e confessa seu amor e sua vontade de proteger seu amado. Dramática, apaixonada e de uma força lírica impressionante, o papel de Norma é avaliado como um dos mais difíceis do repertório de soprano. Sugiro a audição dessa ária com Maria Callas, uma interpretação primorosa.

 

2 – “Vissi d’arte”

TOSCA – Giacomo Puccini (1858 – 1924) – Roma, 1900

Tosca retrata uma história de amor, vingança, crueldade e morte, a história se passa em Roma em 1800, seu pano de fundo são as guerras napoleónicas e o ambiente revolucionário então vivido. Floria Tosca é uma celebre cantora de ópera e sofre terríveis agruras nas mãos de seu algoz Scarpia, numa cena tocante, jogada ao chão, Tosca canta emocionada que viveu da arte e do amor e de todo sacrifício que fez, até adornar o manto da Madona, e sua descrença em viver tal situação, uma emocionante declaração de amor e resignação, depois disso sua situação cresce num vértice de mentiras e enganações que a levam ao desespero e depois de ter esfaqueado o vilão Scarpia e observado seu amante Cavaradossi morrer, salta para a sua própria morte. Deixo como sugestão a Tosca na interpretação de Raina Kabaivanska.

3 – “Sempre Libera”

LA TRAVIATA – Giuseppe Verdi (1813 – 1901) – Veneza, 1853

            La Traviava  é um libelo de história de amor e tragédia, Talvez seja a obra mais executada de Verdi. É a história de uma heroína tuberculosa e decadente, baseada na peça teatral “A Dama das Camélias”, do escritor Alexandre Dumas Filho. Retrata a vida da cortesã Marie Duplessis, na ópera chamada de Violetta Valery, O amor de Violetta e Alfredo Germont é cheia de altos e baixos e com um final trágico. Repleto de árias famosas, entre elas o dueto “Parigi, o cara”, que ocorre perto do desfecho e a bela “Sempre Libera”, que é uma declaração de amor e a boa vida. Talvez o último momento em que a heroína experimenta sua força de viver e sua liberdade para isso, depois o amor malfadado e a sua doença debilitante fazem com que sua vida se torne bem complicada. Para ouvir com a soprano Edita Gruberova.

 

4 – "Air des clochettes"

LAKMÉ – Leo Delibes (1836 - 1891) – Paris, 1883

Lakmé é o nome da protagonista dessa ópera que se passa na Índia, durante o período do domínio Britânico. Conta a história de um amor impossível entre um oficial britânico e uma jovem Hindu que acaba de forma trágica. Juntamente com o Duo des fleurs são as peças mais conhecidas dessa obra. A ária acontece no segundo ato, cheia de virtuosismos vocais, exige grande carga emocional da interprete, que além de estar preocupada com seu pai, que desaprova o romance, ainda mais ressabiada com o destino que é reservado ao seu amado. Sugiro a bela interpretação de Natalie Dessay.

 

5 – “Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen”

A FLAUTA MÁGICA – Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791) - Viena, 1791.

“A vingança do inferno ferve no meu coração” (traduzido do alemão), é mais comumente chamada de "Der Hölle Rache", ou simplesmente como Ária da Rainha da Noite. É uma ária integrante da ópera A Flauta Mágica, e uma das mais famosas árias de ópera. Representa um acesso de fúria vingativa, em que a Rainha da Noite coloca um punhal na mão da sua filha, Pamina, e a exorta a assassinar Sarastro, seu arqui-inimigo. Famosa por sua dificuldade e pela exigência da destreza vocal requer um vigor acessível somente a vozes extremamente qualificadas, além da força dramática do contexto, ou seja, um assassinato por vingança. Diana Damrau é uma excelente interprete da Rainha da Noite.

 

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