Agro
Quilombolas de AL recebem investimentos para estruturação de atividades agrícolas
Investimentos incluem o repasse de máquinas e equipamentos para ampliar e modernizar a produção agrícola, como o cultivo de milho e feijão
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) celebrou o investimento de cerca de R$ 5,6 milhões na estruturação de atividades produtivas em comunidades remanescentes de quilombos em Alagoas, na última década.
Os investimentos incluem o repasse de máquinas e equipamentos para ampliar e modernizar a produção agrícola, como o cultivo de milho e feijão. Foram beneficiadas 25 associações de comunidades.
No período de 10 anos, foram doados 89 bens, entre máquinas e equipamentos, para associações de 17 municípios de Alagoas. A lista inclui tratores agrícolas, grandes aradoras, carretas agrícolas, batedeira de cereais, sulcador agrícola, microtratores, plantadeiras/adubadeiras, roçadeiras agrícolas, colhedoras de forragem, plantadeira de grãos, entre outros itens.
“A modernização da produção agrícola em comunidades remanescestes de quilombo tem como objetivo dar melhores condições de trabalho e renda. Já existe uma rica produção nessas comunidades, onde a agricultura é a base da economia local. Com esses equipamentos, o tempo médio de trabalho deve reduzir e a vida social dessas pessoas será beneficiada com mais tempo livre para atividades junto à família e à comunidade”, declarou Tavares, superintendente regional da Codevasf em Alagoas.
Modernização do trabalho no campo
Uma das beneficiadas foi a comunidade quilombola Mumbaça, localizada na zona rural do município de Traipu (AL). A comunidade é formada por famílias que vivem na região há gerações. Para organização comunitária, a população fundou a Associação Clube de Jovens Senhor dos Pobres do Desenvolvimento Quilombola do Povoado Quilombo Mumbaça, que reúne 401 associados.
No local, a comunidade produz mandioca, milho e feijão para comercialização na região. Há ainda a produção de outras culturas agrícolas para subsistência, como inhame, batata doce, amendoim, feijão de corda, melancia, abóbora, com a venda do excedente. Os moradores também criam galinha caipira, porco e gado para corte e produção de leite, que são vendidos em feiras livres da região.
A associação foi beneficiada com o repasse de um trator agrícola, um grande aradora de 16 discos e com uma carreta agrícola com capacidade de transporte de 6 mil quilos. No total, a Codevasf investiu cerca de R$ 266 mil na estruturação das atividades produtivas da comunidade Mumbaça.
Segundo o presidente da associação do povoado Quilombo Mumbaça, Manoel Oliveira, a comunidade é uma das grandes produtoras de mandioca, milho e feijão de Alagoas. Para ele, os investimentos da Codevasf proporcionaram melhores condições de trabalho e de escoamento da produção. “Lutamos por muitos anos para conseguir esses equipamentos. Hoje, o trabalho no campo melhorou bastante, como a aração de terra. Temos também melhores condições de escoamento da nossa produção. Tem locais em que um carro não consegue chegar, mas um trator já entra”, destaca.
Segundo o IBGE, o estado de Alagoas possui 128 comunidades remanescentes de quilombo, que reunidas formam uma população de 37.724 pessoas. O estado ocupa a sexta posição em número de pessoas quilombolas diante das outras unidades da Federação.


