Agro
Safra de cana 25/26 pode crescer 1,8% em AL, com chuvas acima da média
A precipitação acima da média foi bem recebida pelo setor

A safra de cana-de-açúcar 2025/2026 começou oficialmente em Alagoas na última semana de agosto pela Usina Pindorama, em Coruripe. Somente no início de outubro, mais de um mês depois, é que todas as 15 unidades industriais estavam operação. A demora foi bor um bom motivo: o excesso de chuvas no mês de agosto e, principalmente, em setembro.
A precipitação acima da média foi bem recebida pelo setor, que vem da safra anterior marcada por um das mas severas reduções de chuvas no período de setembro a janeiro.
De acordo com o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Etanol de Alagoas (Sindaçúcar-AL), a expectativa inicial, que era de repetição de produção, foi revista. A estimativa agora é de uma moagem de 17,7 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 1,8% em relação ao ciclo anterior, encerrado com 17,4 milhões de toneladas.
Segundo o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, o resultado inicialmente previsto de repetição safra é conservador, devendo ser superado caso as condições climáticas permaneçam favoráveis. “A repetição da moagem é um número prudente. Mas, se o clima continuar da forma que se encontra, poderemos ter uma boa surpresa com uma safra maior”, afirmou o dirigente.
De acordo com Nogueira, as chuvas registradas durante o inverno e o início da primavera foram “perfeitas” para o desenvolvimento dos canaviais. “É preciso que essa pluviosidade regular que está acontecendo perdure até o final de outubro para que possamos verificar a recuperação do canavial que foi penalizado na segunda metade da safra passada”, explicou.
As análises meteorológicas reforçam o otimismo. O boletim da Semarh Alagoas, divulgado em setembro, apontou que o mês de agosto registrou chuvas até 80% acima da média em diversas regiões do Estado, com destaque para o Agreste, Litoral e Zona da Mata. A tendência, segundo o órgão, é de manutenção de precipitações acima da média nos meses seguintes.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em seu prognóstico agroclimático para outubro, novembro e dezembro, também prevê chuvas superiores à média histórica para Alagoas, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e parte do leste pernambucano. Em setembro, os dados iniciais apontam para chuvas acima da média, na proporção a agosto.
Caso o cenário se confirme, o Sindaçúcar-AL avalia que o crescimento da moagem pode ultrapassar os 2%. Pedro Robério destacou ainda que, com o bom regime de chuvas, a cana tende a apresentar maior concentração de açúcar, o que pode elevar a eficiência industrial e compensar eventuais limitações na quantidade colhida.
“Mesmo que tenhamos uma produção de cana igual à da safra passada, teremos uma concentração maior de açúcar, o que favorece os produtos finais, que é o importante”, ressaltou.
Comparativo das últimas safras em Alagoas
Safra 2023/2024 – 19,3 milhões de toneladas
Safra 2024/2025 – 17,4 milhões de toneladas
Safra 2025/2026 (estimativa) – 17,7 milhões de toneladas (+1,8%)
Estimativa
Para o atual ciclo, o Sindaçúcar-AL estima ainda uma produção acima de 1,5 milhão de toneladas de açúcar e 397,9 milhões de litros de etanol. A moagem deve se estender até março de 2026.
De acordo com dados do Departamento Técnico do Sindaçúcar-AL, a expectativa inicial de moagem para o ciclo atual é de 17,7 milhões de toneladas de cana processadas. Face a safra 24/25, finalizada com 17,4 milhões de toneladas, é espero um crescimento 1,8%.
Segundo informou o relatório do Sindaçúcar-AL, das 14 usinas alagoanas associadas à entidade, seis comunicaram uma possível redução na quantidade de cana beneficiada face a safra 24/25, cujas variações oscilam - 2,6% a - 10%.
Balanço
O mês de setembro foi encerrado com mais de 1,2 milhão de toneladas de cana processadas. Os dados são referentes a moagem de 13 das 15 unidades industriais que já haviam entrado em operação até o dia 30 de setembro. Os dados fazem parte do boletim quinzenal de número 02 divulgado pelo Sindaçúcar-AL.
Em comparação a safra passada, quando até setembro haviam sido beneficiadas mais de 2,3 milhões de toneladas de cana, foi registrada uma variação negativa de 49,3%, decorrente do atraso do início da moagem por parte das unidades em função das chuvas ocorridas na região canavieira.
De acordo com o levantamento técnico, no período, foram produzidas mais de 70.659 toneladas de açúcar. Face ao mesmo período moagem passada, quando haviam sido processadas 183.262 toneladas, teve uma variação negativa de 61,44%.
O boletim destaca ainda que foram processados 20.958 milhões de litros de etanol. Antes a moagem passada, quando o acumulado era de 48.923 milhões de litros do biocombustível, foi registrada uma variação de - 57,16%.

