Agro

Preço do feijão sofreu oscilação em julho de 2025, diz pesquisa

Em todas as praças, os preços médios atuais seguem abaixo das médias acumuladas desde setembro de 2024

Por CNA 04/08/2025 17h05
Preço do feijão sofreu oscilação em julho de 2025, diz pesquisa
Preço do feijão sofreu oscilação em julho de 2025, diz pesquisa - Foto: Reprodução

O Indicador Cepea/CNA destaca que o mês julho foi marcado por oscilações nos preços do feijão, com predominância de quedas em grande parte das regiões acompanhadas pelo marcador.

De acordo com os dados, o avanço da colheita da terceira safra e a oferta acumulada do ciclo 2024/25 contribuíram para manter o mercado abastecido, pressionando os valores mesmo para lotes de boa qualidade. Apesar disso, a seletividade dos compradores e a preferência por grãos com coloração superior mantiveram certa firmeza pontual nos preços, especialmente nos feijões de nota 9.

Ainda assim, em praticamente todas as praças, os preços médios atuais seguem abaixo das médias acumuladas desde setembro de 2024, sinalizando margens comprimidas para os produtores.

No período de 24 de julho a 1º de agosto, entre os feijões carioca de melhor qualidade (nota 9), o mercado absorveu os volumes da terceira safra com preferência por lotes claros e de peneira superior. No entanto, a postura mais cautelosa dos compradores manteve a pressão sobre os valores em diversas praças.

Feijão carioca

Os preços caíram 1,75% no Centro/Noroeste de Goiás (R$ 214,61/sc), 2,38% no Leste Goiano (R$ 208,14/sc), 0,57% em Belo Horizonte (R$ 218,75/sc), 2,89% no Noroeste mineiro (R$ 219,00/sc) e 2,14% no Triângulo Mineiro (R$ 213,33/sc). As exceções foram Itapeva (SP), com alta de 1,18% (R$ 243,55/sc), e o Sul Goiano, com leve avanço de 2,63% (R$ 214,00/sc). Mesmo nas regiões com valorização, os preços continuam abaixo da média acumulada desde setembro.

Entre os feijões comerciais (notas 8 e 8,5), o cenário também foi de retração, ainda que com alguma demanda por lotes novos e de melhor aparência. O Triângulo Mineiro registrou a maior queda na semana, de -6,77%, com a saca cotada a R$ 189,57. Em Itapeva, a retração foi de 3,86% (R$ 193,61/sc), e na Metade Sul do Paraná, de 2,63% (R$ 161,01/sc).

Já Curitiba apresentou leve alta de 0,66% (R$ 169,79/sc). Ainda assim, os preços seguem distantes das médias acumuladas desde setembro, como no Triângulo Mineiro (R$ 197,83) e na Metade Sul do Paraná (R$ 191,24), sinalizando que a recuperação do mercado ainda é parcial.

Feijão preto 

No mercado do feijão preto tipo 1, a comercialização continuou lenta no final de julho. A resistência dos produtores em vender os melhores lotes nos patamares atuais e a utilização de estoques antigos pelas indústrias têm limitado os negócios. Em Curitiba (PR), o preço caiu 0,64% (R$ 131,56/sc), enquanto na Metade Sul houve estabilidade com leve alta de 0,06% (R$ 126,56/sc). No Nordeste do Rio Grande do Sul, a valorização foi de 2,52% (R$ 145/sc). Ainda assim, os preços seguem bem abaixo das médias históricas, refletindo um mercado fragilizado para o feijão preto.

O assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, afirma que julho confirmou a dificuldade de recuperação mais firme dos preços.

“Mesmo com a entrada de lotes de qualidade superior, o mercado segue operando abaixo da média histórica. A seletividade dos compradores persiste e os preços atuais, especialmente para os grãos comerciais, ainda não refletem uma recomposição adequada das margens do produtor. A expectativa segue concentrada no ritmo da colheita e na qualidade dos lotes da terceira safra,” afirmou.