Agro

Pesquisador da Ridesa destaca variedades RB na safra de cana 2024/25 durante 40º Simpósio da STAB Regional Leste, em Maceió

Antônio Rosário também reforçou importância da manutenção de parceria com setores público e privado para o desenvolvimento de novas cultivares, que já ocupam mais de 65% da área plantada no Brasil

Por BCCOM Comunicação 10/07/2025 14h02
Pesquisador da Ridesa destaca variedades RB na safra de cana 2024/25 durante 40º Simpósio da STAB Regional Leste, em Maceió
O 40º Simpósio da Agroindústria da Cana-de-Açúcar acontece no Centro de Convenções de Maceió - Foto: BCCOM Comunicação

O desempenho agroindustrial das variedades de cana-de-açúcar RB na safra 2024/2025, em Alagoas, foi tema de uma palestra realizada nesta quinta-feira (10), no Centro de Convenções de Maceió, no bairro de Jaraguá, durante o terceiro dia do 40º Simpósio da Agroindústria da Cana-de-Açúcar. O evento é promovido pela Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil – STAB (Regional Leste).

A apresentação foi conduzida pelo engenheiro agrônomo Antônio Rosário Souza, pesquisador da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa). Diante de congressistas de várias regiões do país e de técnicos das principais usinas de açúcar e etanol de Alagoas, ele compartilhou os resultados de desempenho de algumas variedades RB, tanto em aspectos agrícolas quanto industriais.

Entre os destaques, Souza ressaltou a variedade RB08791, recomendada para o período de meio a final de safra e adaptada a solos de menor fertilidade. “Essa variedade é ideal para produtores que não têm acesso a sistemas de irrigação. Quando cultivada com irrigação por gotejamento, por exemplo, pode dobrar ou até triplicar a produtividade por hectare”, explicou.

Além da RB08791, o pesquisador afirmou que outras variedades – como RB07818, RB0814 e RB0764 – já estão em processo de multiplicação em Alagoas. “Nosso trabalho é feito em parceria com as unidades produtoras. Pode levar de 10 a 12 anos para desenvolver uma nova variedade, mas esse processo já ocorre em regiões como Coruripe e Santo Antônio, onde essas cultivares estão sendo testadas e plantadas em campo”, afirmou.

A apresentação foi conduzida pelo engenheiro agrônomo Antônio Rosário Souza. Foto: BCCOM Comunicação


Segundo dados disponibilizados no site oficial da Ridesa, atualmente, as variedades RB são cultivadas em mais de 65% da área de cana-de-açúcar do Brasil, representando uma contribuição de cerca de 12,3% na matriz energética nacional.

Durante a palestra, Souza também reforçou a importância da parceria público-privada para a continuidade das pesquisas da Ridesa, que há mais de 30 anos desenvolve variedades melhoradas por meio do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA) em todo o Brasil. Em Alagoas, a iniciativa é desenvolvida pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

“Há mais de três décadas cultivamos variedades RB em todo o Brasil, com forte presença em Alagoas. Sem a colaboração entre o setor público e o privado, não seria possível lançar novos materiais. A continuidade dessas parcerias é fundamental para o avanço do melhoramento genético da cana-de-açúcar”, enfatizou.

A Ridesa mantém dois importantes bancos de germoplasma onde são realizados cruzamentos genéticos de variedades: um na Estação de Floração e Cruzamento Serra do Ouro, em Murici (AL), e outro na Estação de Floração e Cruzamento de Devaneio, em Amaraji (PE).

“Nós atendemos todo o Brasil com novas variedades. Os cruzamentos são feitos nesses centros e enviados para várias universidades, além da UFAL. É a partir desse trabalho que surgem os novos materiais que abastecem o setor sucroenergético”, concluiu o pesquisador.

As variedades RB, cuja sigla significa República do Brasil, trazem em seus códigos numéricos informações sobre o ano do cruzamento e a universidade responsável pelo desenvolvimento.